Investing.com – Antes da forte queda registrada no início de agosto, os mercados cripto viviam um alívio temporário, com indicadores positivos, mesmo saindo de um segundo trimestre predominantemente desfavorável.
Segundo um relatório do J.P. Morgan, a capitalização de mercado total das criptomoedas encerrou julho em cerca de US$ 2,28 trilhões, registrando um aumento de 1% em relação ao mês anterior e de 42% desde o início do ano. Esse valor é praticamente o dobro do registrado no ano anterior.
Embora os volumes tenham apresentado melhora, as tendências da capitalização de mercado diferiram entre os diversos tokens e produtos de criptomoedas. O valor de mercado do bitcoin aumentou para US$ 1,28 trilhão, com um aumento mensal de 3%.
Em contrapartida, o market cap do ethereum caiu 6% na comparação mensal, chegando a US$ 388 bilhões, principalmente por causa das saídas líquidas de recursos dos ETFs de ETH à vista recém-lançados nos EUA. Outras principais altcoins, como dogecoin e cardano, também registraram quedas nos preços em julho.
"A capitalização de mercado total das criptomoedas fechou em torno de US$ 2,28 trilhões, com um aumento de 1% mensal, 42% anual e quase o dobro de seu valor de um ano atrás", reportou o J.P. Morgan.
O relatório também menciona que os volumes de negociação tiveram um aumento modesto, com os volumes diários médios (ADV) crescendo 9% em relação ao mês anterior. Bitcoin e ethereum experimentaram aumentos significativos de volume, com o volume diário médio do bitcoin subindo 18% e o do Ethereum, 23%. No entanto, os volumes de DeFi e NFT continuaram a cair, apesar desses avanços.
"A TradingView estimou que o volume diário médio (ADV) associado ao mercado total de criptomoedas aumentou 9% mensalmente", declarou o J.P. Morgan. "Esse aumento sequencial representa o primeiro rebote nos volumes desde o primeiro trimestre de 2024."
Um dos eventos importantes de julho foi o lançamento dos ETFs de ETH à vista nos EUA, que, apesar do entusiasmo inicial, enfrentaram resgates líquidos de US$ 484 milhões nos primeiros sete dias de negociação. A aprovação desses ETFs pela SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) e o desempenho subsequente destacaram as dificuldades em manter fluxos de entrada sustentáveis.
"Estimamos que o grupo dos nove ETFs de ether à vista aprovados nos EUA registrou redenções líquidas totais de US$ 484 milhões em julho, que incluíram sete dias de negociação", explicou o J.P. Morgan.
O relatório também salientou que gestores de ativos tradicionais estão cada vez mais envolvidos em projetos de tecnologia blockchain e tokenização. Por exemplo, a Hamilton Lane lançou um fundo na blockchain da Solana, e a Goldman Sachs (NYSE:GS) planeja lançar três produtos de tokenização até o final do ano.
"Os exemplos cada vez maiores de projetos de tokenização reforçam o caso de uso e a utilidade da tecnologia", observou o J.P. Morgan.
A mineração de bitcoin teve um aumento na competição com a taxa média mensal de hash da rede crescendo 5% em julho. No entanto, a rentabilidade alcançou os níveis mais baixos já registrados, com os mineradores ganhando em média US$ 46,000 por exahash (EH/s) de receita diária de recompensa por bloco, o menor valor registrado.
"A taxa média mensal de hash da rede subiu 30 EH/s (5%) em julho, alcançando 615 EH/s, marcando o primeiro aumento mensal na competição/dificuldade de mineração desde o halving", afirmou o relatório.
Bitcoin não faz jus à reputação de “ouro digital”
O bitcoin ainda não confirmou sua reputação como "ouro digital", afirmou o Citi em relatório recente.
O banco de Wall Street declarou que, apesar de o ouro e o bitcoin serem ativos de oferta limitada e sem cupom (juros), a criptomoeda original não demonstra as características de “reserva de valor” do ouro.
Segundo os estrategistas da instituição financeira, durante a recente correção de mercado, “o bitcoin não funcionou como um ‘porto seguro’, o que reafirma seu status atual como um ativo de risco”.
Até 5 de agosto, as entradas líquidos de fluxos em ETFs de bitcoin à vista alcançaram US$ 19,1 bilhões. Esses fluxos foram responsáveis por mais de 40% das variações nos preços semanais do bitcoin desde o lançamento dos ETFs em janeiro. Em contraste, os ETFs de ethereum registraram US$ 460 milhões em saídas líquidas nas primeiras duas semanas de negociação.
"A diferença na movimentação dos preços entre o bitcoin e o ethereum ilustra comportamentos distintos de investidores e diferentes reações do mercado a essas duas criptomoedas líderes. Os fluxos iniciais dos ETFs de ethereum foram negativos, mas o lançamento dos ETFs de bitcoin também observou um declínio nos preços entre os dias 4 e 12 após o lançamento", destacou o Citi.