Conforme noticiou o CriptoFácil, o governo de El Salvador aprovou a distribuição de US$ 30 em Bitcoin (BTC) para cada cidadão. A lei aprovada na segunda-feira (31/08) recebeu novas velhas críticas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na verdade, o FMI publicou uma crítica antiga feita no dia 26 de agosto, mas adicionou uma nova roupagem. O fundo alertou sobre os riscos do que chamou de “criptoativos emitidos de forma privada.”
“Criptoativos de emissão privada, como Bitcoin, apresentam riscos substanciais. Nesse sentido, torná-los equivalentes a uma moeda nacional é um atalho desaconselhável”, alertou o FMI.
Revolução exige cautela
No artigo, intitulado Criptoativos como moeda nacional? Um passo longe demais, o FMI admite o papel revolucionário das criptomoedas. De fato, o banco chega a dizer que elas podem fornecer pagamentos mais baratos e rápidos, bem como melhorar a inclusão financeira em países mais pobres.
Todavia, o artigo alerta para aspectos como alta volatilidade e riscos envolvendo o BTC e outras criptomoedas. Ao mesmo tempo, o FMI questiona se o movimento de El Salvador pode virar um exemplo mundial, sobretudo em países mais desenvolvidos.
“É improvável que os criptoativos se popularizem em países com inflação e taxas de câmbio estáveis e instituições confiáveis. As famílias e as empresas teriam muito pouco incentivo para estipular preços ou fazer poupanças em ativos instáveis como o Bitcoin mesmo se ele tivesse curso legal ou status de moeda. Seu valor é muito volátil e sem relação com a economia real”, disse o banco.
No entanto, dados da Chainalysis mostram que dos 20 países que mais adotam BTC, sete estão no grupo das maiores economias do mundo: Estados Unidos, China, Índia, África do Sul, Brasil, Rússia e Argentina. Ou seja, o FMI pode estar certo, mas o BTC também encontra espaço no meio de grandes economias.
Fundo busca expandir adoção do BTC
O fundo terá um valor total de US$ 150 milhões, ou cerca de R$ 750 milhões na cotação atual. Os cidadãos poderão escolher se querem guardar os BTC ou gastá-los na aquisição de bens e serviços.
De acordo com a ministra da Fazenda, María Luisa Hayem, o objetivo do fundo é apoiar as transações que os usuários fazem e recebem quantidades precisas quando fazer as conversões de moeda. Ela também afirma que o fundo busca gerar inclusão financeira, sobretudo para os cidadão mais pobres.