A gestora de ativos Fidelity entrevistou 774 investidores institucionais sobre o interesse destes pelo mercado de criptoativos.
Realizada em parceria com a Greenwich Associates, a pesquisa ocorreu de novembro até o início de março. Os dados dizem respeito às posições das empresas antes da “Quinta-feira Negra”. Na ocasião, os preços dos criptoativos caíram 50% ou mais em março.
Na pesquisa, 36% dos entrevistados disseram que possuem criptoativos. Em relação a empresas, apenas 27% das 441 instituições americanas pesquisadas estão expostas a criptoativos. Apesar de baixo, o número é maior comparado aos 22% do ano passado. Quase metade das instituições europeias estão compradas em criptoativos.
Conforme esperado, o Bitcoin é o criptoativo mais popular: cerca de 25% dos entrevistados possuem Bitcoin, enquanto 11% declararam investir em Ether (ETH).
Mercado à vista supera derivativos
Adicionalmente, a pesquisa revelou que esses investidores ainda preferem utilizar o mercado à vista (spot). Mais de 60% das instituições compraram no mercado à vista, com os outros 40% optando por derivativos.
Embora muitas instituições ainda não estejam expostas aos criptoativos, o interesse é constante. Dos entrevistados, 60% acreditam que “os ativos digitais têm um lugar em seu portfólio de investimentos”. Apenas 20% dos participantes indicaram que não têm interesse em se expor a esses ativos.
“Esses resultados confirmam uma tendência que estamos vendo no mercado em direção a um maior interesse e aceitação de ativos digitais como uma nova classe de ativos investíveis”, afirmou Tom Jessop, da Fidelity.
Quando perguntados sobre os planos para os próximos cinco anos, o otimismo é ainda maior. De fato, 91% dos entrevistados afirmaram que pretendem investir pelo menos 0,5% em criptoativos.
Grayscale e bilionários impulsionam alcance do Bitcoin
O ano de 2020 poderá ser marcado pela consolidação dos investidores institucionais no Bitcoin. No início de maio, o bilionário Paul Tudor Jones, fundador do fundo de hedge Tudor BVI, afirmou que pode aplicar parte de seu fundo no criptoativo.
“A melhor estratégia para maximizar o lucro é possuir o cavalo mais rápido. Se sou forçado a prever, minha aposta é que será o Bitcoin”, afirmou Jones.
Além disso, o Bitcoin Investment Trust da Grayscale Investments aumentou agressivamente sua acumulação de BTC. Voltado para investidores institucionais, o fundo já imobilizou 34% dos Bitcoins minerados em 2020. Atualmente, a empresa detém cerca de 2% da oferta total de Bitcoins.