O Bitcoin segue em alta nos países emergentes. Na Argentina, Brasil e Turquia, essa valorização foi particularmente intensa.
Nos últimos dois meses, as altas foram de 169%, 20% e 5%, respectivamente.
Os volumes têm crescido particularmente no Brasil. Conforme relatou o CriptoFácil, o país registrou R$ 1,5 bilhão em negociações no mês de julho.
Tal número corresponde a mais de 24 mil Bitcoins negociados no referido período.
Volumes de negociação disparam na América do Sul
Nas duas maiores economias da América do Sul, o Bitcoin segue com forte demanda. Consequentemente, os volumes de negociação seguem quebrando recordes.
Segundo o site Useful Tulips, o Brasil registrou mais de US$ 700 mil (R$ 3,5 milhões) em volume de Bitcoins negociados na semana passada. O valor é um novo recorde semanal no ano.
Isso mostra a força da recente alta vista no país, que já vinha de fortes volumes em julho. O volume registrado levou em conta os valores nas plataformas Paxful e Localbitcoins.
No Brasil, o preço do criptoativo atingiu os R$ 65.000,00 nesta segunda-feira, 10 de agosto. Com isso, ele se aproxima de sua máxima histórica, que foi de R$ 69.738,67 (registrada ao final de 2017).
Com o aumento na cotação do dólar, a máxima histórica do Bitcoin em reais pode ser alcançada antes que em dólares.
Enquanto isso, a Argentina registrou volumes de negociação ainda maiores. O país ultrapassou US$ 1 milhão (R$ 5 milhões) em volume semanal de negociação de Bitcoin, de acordo com o Useful Tulips.
No caso argentino, também houve um recorde. Foi a primeira vez em que o país registrou mais de US$ 1 milhão em negociações de Bitcoin.
Crise favorece busca pelo Bitcoin
Tanto o Brasil quanto a Argentina já viviam crises financeiras muito antes da pandemia. A chegada da Covid-19 agravou o cenário nas duas maiores economias da América do Sul.
No Brasil, houve um grande descaso com a doença, com o presidente Jair Bolsonaro se referindo a ela como uma “gripezinha”. Adicionalmente, os gastos com auxílios e a demora nas reformas colocou em xeque a situação do país
As taxas de juros também caíram para níveis históricos de 2% ao ano. Isso fez com que o real se desvalorizasse em mais de 30% em relação ao dólar em 2020.
A queda dos juros também mudou a forma do brasileiro investir. A estratégia popular de investir em instrumentos de renda fixa foi deixada de lado. O investimento em ações – e, ao que parece, criptomoedas – ganhou força.
Por outro lado a Argentina está atualmente no meio de sua pior crise econômica em décadas. O país está em um novo processo de renegociação de dívidas.
E para completar, a inflação acumulada em 12 meses já esta em 42,8% segundo o instituto de estatísticas Indec.
Com isso, o país tem visto recordes seguidos na negociação de Bitcoin em 2020. Isso mesmo com as restrições que os argentinos possuem para a compra do criptoativo.