É possível que, agora, os pagamentos via Whatsapp sejam, de fato, liberados.
Isso porque as principais bandeiras de cartão Visa e MasterCard protocolaram junto ao Banco Central um modelo que visa permitir a reativação do WhatsApp Pay no Brasil.
“Arranjo de transferências”
De acordo com o Valor Econômico, a solução proposta reafirma que o aplicativo de mensagens, que pertence ao Facebook, servirá apenas como um prestador de serviços.
Assim, pensando na cadeia de pagamentos, o Whatsapp não faria a movimentação dos valores. Com isso, a solução mantém os padrões do acordo firmado entre as partes.
Conforme destacou o presidente da Mastercard, João Pedro Paro Neto, existe competitividade no negócio. Além disso, ele afirmou que o WhatsApp vai aceitar novas empresas, de acordo com sua capacidade. O que eliminaria uma das preocupações do Bancen, que é a centralização.
Paro Neto apresentou na última terça-feira, dia 7 de julho, as regras do novo “arranjo de transferências” ao Bacen. Segundo ele, o sistema funcionará de modo que o Facebook não terá nada armazenado com ele. Já que a informação será transportada em formato de “token”.
Entenda o caso
Conforme vem acompanhando o CriptoFácil, o WhatsApp anunciou em 15 de junho a liberação de seu recurso para envio e recebimento de dinheiro pelo aplicativo. E o Brasil foi escolhido o primeiro país a receber a novidade.
Entretanto, oito dias depois, o serviço foi proibido pelo Bacen e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A justificativa foi para “preservar um ambiente competitivo” e impedir um suposto aumento de concentração.
Além disso, as entidades disseram estar preocupadas com o armazenamento de informações pelo Facebook.
A medida afetou diretamente a Visa e a Mastercard, que utilizariam o sistema no Brasil.
Nova solução pode viabilizar a parceria
Embora as novas regras propostas sejam genéricas e não citem um modelo de negócio ou empresas participantes, a solução pode viabilizar a parceria firmada com o WhatsApp.
Assim, as bandeiras esperam que o Bacen analise a proposta e solicite ou não a realização de mudança nos arranjos.
Sobre o novo arranjo de transferências, o presidente da Visa no Brasil, Fernando Teles, explicou:
“O que tem de mais característico do arranjo de transferência é a tecnologia, sendo no nosso caso a Visa Direct, que permite tirar dinheiro de uma credencial de pagamento, um cartão, e colocar em outra. O BC definiu como arranjo novo o que para nós era simplesmente o uso de uma tecnologia num arranjo existente.”
Na solução proposta, o Whatsapp seria registrado apenas como um provedor de serviços. Sendo assim, funcionaria como as empresas que passam suas transações com cartões pelas redes das adquirentes, pagando uma taxa para isso, as chamadas “subadquirentes”.
Essas redes, por sua vez, têm reconhecimento frente às bandeiras, mas não precisam de autorização para funcionar pelo BC até determinado volume.
Portanto, o registro do WhatsApp junto à Mastercard e Visa seria diferente, por exemplo, do registro que o aplicativo deveria fazer para participar da plataforma de pagamentos instantâneos (PIX).