Cabul, 30 set (EFE).- O atual chefe do Executivo do Afeganistão, Abdullah Abdullah, reivindicou nesta segunda-feira sua vitória nas eleições presidenciais realizadas no último sábado, mesmo sem a apuração ter sido finalizada e com os resultados oficiais programados para serem anunciados dentro de um mês.
"Obtivemos mais votos nas eleições", disse Abdullah, considerado o principal rival do atual presidente, Ashraf Ghani.
"Na situação atual, as eleições não irão para um segundo turno e formaremos novo governo", garantiu o político em entrevista coletiva, apontando que os resultados oficiais serão anunciados pela Comissão Eleitoral Independente do Afeganistão (IEC).
A IEC reagiu rapidamente às declarações do chefe do Executivo, lembrando que os candidatos não deveriam fazer tais anúncios.
"Os candidatos não têm o direito de anunciar sua vitória de acordo com a lei", disse o chefe do secretariado da IEC, Habib Rahman Nang, em uma entrevista coletiva imediatamente após a de Abdullah.
O anúncio de Abdullah poderia aquecer a situação já tensa das eleições, a quarta desde a queda do regime talibã em 2001 e mantida sob o espectro de ameaças insurgentes.
Ghani e Abdullah já tiveram um duelo em 2014, quando o atual presidente saiu vencedor nas urnas, mas as acusações de fraude eleitoral de seu rival levaram os Estados Unidos a criar um governo de unidade nacional liderado por ambos.
Os primeiros dados de participação indicam que, até o momento, foram contabilizados 2,1 milhões de votos, dos 9,6 milhões possíveis, após a contagem de 3.736 mesas de voto, de um total de 4.928.
Os resultados preliminares da votação não serão conhecidos até o próximo dia 19 de outubro, enquanto espera-se que os dados finais sejam anunciados no dia 7 de novembro.
Se um dos candidatos obtiver mais de 50% dos votos, ele será proclamado vencedor das eleições, enquanto no caso em que nenhum deles tenha excedido essa porcentagem, os dois mais votados participarão de um segundo turno.