Lisboa, 21 jul (EFE).- A perspectiva que a cúpula europeia realizada nesta quinta-feira em Bruxelas adote novas medidas contra a crise da dívida soberana provocaram a maior queda dos últimos meses nos juros que penalizam os bônus de Portugal.
A dívida lusa a dois anos, que esta semana superava 20% , foi negociada nesta quinta-feira por 17,1%, 140 pontos básicos a menos que o fechamento da véspera.
No caso do vencimento a três anos, quando terminam os fundos do resgate financeiro concedido a Portugal em maio, a dívida foi comercializada a juros de 18%, com uma queda de 150 pontos em relação à quarta-feira.
Os bônus a dez anos, que servem de referência no mercado secundário, caíram mais de 30 pontos, até 11,6%, após ter ultrapassado 13% na semana anterior.
Os CDS, ou seguros contra o risco de falta de pagamento da dívida portuguesa, desceram mais de 150 pontos básicos para se situar, pela primeira vez em várias semanas, abaixo dos mil pontos, em 946.
As aparentes boas notícias sobre a reunião de Bruxelas fizeram subir também pelo terceiro dia consecutivo a Bolsa de Lisboa, que nesta quinta-feira subiu 2,47% e ficou muito perto dos sete mil pontos, perdidos há dez dias no meio da incerteza sobre a situação da Grécia e seu contágio a Portugal.
Os meios de comunicação e os analistas portugueses esperam que sejam tomadas medidas em Bruxelas para reduzir a pressão dos mercados sobre a dívida dos três países já resgatados pela União Europeia (UE) - Grécia, Irlanda e Portugal - e freie o contágio da crise da dívida à Espanha e Itália.
Portugal obteve em maio um bloco de ajuda financeira de 78 bilhões de euros que receberá entre este ano e 2013 em troca da aplicação de um rigoroso plano de economia fiscal e saneamento econômico. EFE