Investing.com – O Barclays (LON:BARC) revisou sua projeção de taxa de juros nos EUA após a recente comunicação do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), que indicou uma possível pausa na reunião de novembro.
Apesar da força do mercado de trabalho, da atividade econômica e dos dados de inflação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o Barclays optou por postergar o esperado aumento de 25 pontos-base na taxa para dezembro.
Os rendimentos (yields) crescentes dos títulos dão ao Fomc mais tempo para avaliar os dados antes de considerar outro aperto monetário, segundo os estrategistas do banco.
“A maioria dos membros do Fomc parece estar interpretando a alta dos yields de longo prazo como um aperto das condições financeiras e expressou a visão de que isso poderia substituir uma elevação da taxa”, escreveram os analistas em uma nota.
Antecipando-se ao discurso de hoje de Jerome Powell, presidente do Fed, os estrategistas acreditam que a mensagem ficará em linha com as de Waller e Williams.
“Achamos improvável que Waller e Williams teriam sinalizado uma pausa em novembro se soubessem que Powell, ao contrário, defenderia um aumento.”
Waller, que anteriormente tinha visões favoráveis à alta de juros, indicou recentemente uma mudança em sua postura, tendendo a uma pausa na reunião de novembro. Ele considerou dois cenários para a perspectiva econômica:
No primeiro cenário, no qual a demanda se ajusta gradualmente à oferta e a inflação se aproxima da meta de 2%, ele era favorável a manter a taxa inalterada. Isso sugere uma preferência por uma abordagem de cautela quando as condições econômicas estão se estabilizando.
O cenário alternativo envolve uma demanda forte e persistente, que pode gerar pressões inflacionárias. Nesse caso, ele consideraria a possibilidade de um aperto adicional na taxa.
Ele observou que ainda é muito cedo para tomar uma decisão definitiva neste momento, sugerindo uma abordagem prudente e dependente de dados para a política monetária.
“Continuamos a acreditar, no entanto, que há um forte argumento para pelo menos mais um aumento da taxa, supondo que os rendimentos de longo prazo não continuem a subir acentuadamente.” “Os rendimentos mais altos refletem em parte a economia mais forte, e ainda é necessário um aperto maior para desacelerar a economia e trazer a inflação de volta à meta”, concluíram.