Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central informou nesta quinta-feira que reduziu a alíquota do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo de 31% para 25%, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira.
De acordo com o BC, a redução da alíquota representa em termos de estoque uma liberação de 49 bilhões de reais, com efeito a partir de 16 de março.
Além disso, o BC ainda informou que aumentou a parcela dos recolhimentos compulsórios considerados no LCR (Indicador de Liquidez de Curto Prazo), o que significa uma redução estimada em outros 86 bilhões de reais na necessidade de as instituições carregarem outros ativos líquidos de alta qualidade necessários para o cumprimento do LCR.
Essa medida, segundo o BC, vai na direção de reduzir a sobreposição entre estes instrumentos.
"Em decorrência das duas medidas, o percentual de cada nova captação de depósito que a instituição financeira deve direcionar para o cumprimento desses requisitos regulatórios deve se reduzir em média em 8,5 pontos percentuais", explicou o BC em comunicado.
O LCR determina que as instituições devem manter uma reserva mínima de ativos líquidos para absorverem choques em cenários de estresse de liquidez.
Os recolhimentos compulsórios podem, por sua vez, servir como mecanismo de incentivo à redistribuição de liquidez no sistema e de suporte à estabilidade financeira, como ocorreu ao longo da última década, informou o BC.
"O BC ressalta que as medidas são consistentes com as regras prudenciais internacionalmente recomendadas e a manutenção da estabilidade financeira do Sistema Financeiro Nacional, apenas mitigando sobreposições entre os instrumentos", completou o comunicado.
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, dará entrevista coletiva às 10h30 desta quinta-feira (20/02) sobre mudanças no compulsório sobre depósitos a prazo e no requerimento prudencial do Indicador de Liquidez de Curto Prazo. A coletiva será na Sala de Entrevistas do Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília.