Brasil tem exportações recordes em outubro apesar de forte queda de embarques para os EUA

Publicado 06.11.2025, 15:20
Atualizado 06.11.2025, 16:28
© Reuters.

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$6,964 bilhões em outubro, uma alta de 70,2% sobre o saldo apurado no mesmo mês do ano passado, com exportação recorde para o mês e um recuo nas importações, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta quinta-feira.

Os dados da pasta mostram que o país registrou crescimento nas vendas ao exterior mesmo diante de uma queda mais profunda nas exportações para os Estados Unidos, sob impacto do tarifaço sobre produtos brasileiros, mas também de uma demanda menor do país norte-americano mesmo em áreas não tarifadas.

O saldo comercial de outubro veio acima de expectativas de economistas consultados pela Reuters, que previam superávit de US$6,2 bilhões para o mês.

As exportações somaram US$31,975 bilhões no mês passado, uma alta de 9,1% em relação a outubro de 2024. O movimento foi explicado por um crescimento de 10,3% no volume de produtos embarcados para o exterior, apesar de uma queda de 0,9% no preço médio dos itens.

No mês passado, as exportações da indústria extrativa avançaram 22%, impulsionadas por petróleo e minério de ferro. Também se destacou a agropecuária, com uma alta de 21% puxada por soja e café, seguida da indústria de transformação, com elevação de 0,7%.

No recorte por regiões, os dados mostram perda de participação cada vez maior dos EUA. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas para o país norte-americano apresentaram recuos de 16,5% em agosto, 20,3% em setembro e 37,9% em outubro.

A participação dos EUA no total das exportações brasileiras despencou de 12,2% em outubro de 2024 para 6,9% no mês passado. No mesmo período, a fatia da China subiu de 23,6% para 28,8%.

O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, disse que a retração nos embarques para os EUA não está limitada aos produtos tarifados.

"Possivelmente não é só um efeito direto de tarifas... Mesmo produtos que não foram tarifados estão caindo na exportação para os EUA", disse, argumentando ser provável que haja uma demanda menor do país para produtos em geral.

"Combustíveis, por exemplo, não foram tarifados e estão caindo as exportações desse produto para os EUA, assim como celulose e ferro gusa, que estão entre as principais quedas."As importações, por outro lado, caíram 0,8% em outubro, totalizando US$25,011 bilhões. Nesse caso, houve recuo de 2% no volume importado, enquanto o preço médio subiu 0,8%.

Brandão disse que o principal determinante para o desempenho das importações é a demanda do setor produtivo nacional, impactada pelo desempenho da economia, que tem apresentado arrefecimento no período recente em meio ao aperto monetário promovido pelo Banco Central.

"Na medida em que a economia desacelera, a demanda cai e cai a demanda por importados. Essa desaceleração da importação nos últimos meses está ligada a uma menor atividade econômica", afirmou.

No acumulado de janeiro a outubro, o saldo comercial foi de US$52,394 bilhões, uma queda de 16,6% em relação ao observado no mesmo período de 2024. No período, as exportações somaram US$289,731 bilhões (+1,9%), e as importações, US$237,336 bilhões (+7,1%).

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