Dólar tem 3ª sessão consecutiva de baixa e se reaproxima dos R$5,40
XANGAI (Reuters) - A China deverá manter suas taxas de juros de referência estáveis pelo quinto mês consecutivo em decisão a ser anunciada na segunda-feira, segundo pesquisa da Reuters, já que as autoridades monetárias do país permanecem cautelosas, apesar do recente aumento das tensões comerciais com os Estados Unidos.
As duas maiores economias do mundo já impuseram medidas de retaliação em meio a uma disputa comercial cada vez mais intensa. Na semana passada, a China anunciou que aumentaria os controles sobre as exportações de terras raras, o que levou o presidente dos EUA, Donald Trump, a ameaçar com tarifas adicionais de 100% sobre os produtos chineses.
Os observadores do mercado esperam que a trajetória da política monetária da China dependa de novos desdobramentos nas relações comerciais com os EUA e suas implicações para a economia doméstica.
A taxa básica de juros para empréstimos, normalmente cobrada dos melhores clientes dos bancos, é calculada todos os meses depois que 20 bancos comerciais designados enviam propostas de taxas ao Banco Popular da China.
Em uma pesquisa da Reuters com 27 agentes do mercado esta semana, todos os entrevistados esperavam que as taxas de juros de um ano e de cinco anos permanecessem estáveis na segunda-feira, em 3,00% e 3,50%, respectivamente.
O forte consenso em torno da expectativa de manutenção dos juros também ocorre porque o BC chinês manteve inalterada sua taxa de recompra reversa de sete dias, que agora serve como a principal taxa de política monetária, desde a retomada da flexibilização monetária pelo Federal Reserve dos EUA no mês passado.
"Nenhuma mudança é esperada depois que o Banco Popular da China se manteve firme", disse Lynn Song, economista-chefe para China no ING, em relatório.
Separadamente, alguns operadores disseram que não esperam nenhuma mudança nas taxas antes que a China divulgue seu produto interno bruto (PIB) do terceiro trimestre e outros indicadores de atividade na segunda-feira, mas continuam esperançosos quanto à flexibilização monetária ainda este ano.
"A política monetária será mantida acomodatícia em meio às incertezas renovadas da guerra comercial entre os EUA e a China", disse Ho Woei Chen, economista da UOB.
"O Banco Popular da China manterá ampla liquidez doméstica para apoiar as emissões de títulos do governo e em meio a fluxos para as ações. Vemos a retomada dos cortes nas taxas do Fed dos EUA e a persistente pressão deflacionária doméstica criando espaço para que o Banco Popular da China corte sua taxa de juros novamente no trimestre atual."
Uma pesquisa da Reuters mostrou que a economia da China provavelmente cresceu em seu ritmo mais fraco em um ano no terceiro trimestre, com a desaceleração devendo se aprofundar e ameaçar a meta oficial de crescimento, aumentando a pressão por novos estímulos, uma vez que a guerra comercial com os EUA mina a confiança.
(Reportagem da Redação Xangai)