Investing.com – Com um cenário de incerteza inflacionária e políticas tarifárias em foco, o prêmio de inflação ainda é alto e deve impactar os ajustes nas taxas de juros nos Estados Unidos. O resultado, segundo o banco BTG (BVMF:BPAC11), será uma taxa real efetiva mais elevada.
“Com a expectativa de que apenas mais três cortes sejam suficientes para alcançar o que consideramos a taxa terminal deste ciclo, esperamos que o Fed realize apenas um corte adicional em 2025, provavelmente no segundo semestre, enquanto continua avaliando a evolução das condições econômicas”, aponta o banco no outlook macro dos EUA, indicando principais temas para este ano.
Uma atividade econômica resiliente, o avanço lento em levar a inflação à meta de 2%, e possíveis impactos das políticas consideradas inflacionárias da gestão do republicano Donald Trump fazem com que “a barra para novos cortes nas taxas em 2025 pareça alta”, segundo os analistas.
“A persistência de tendências inflacionárias mais resilientes, combinada com a abordagem cautelosa contínua do Fed, criou um cenário em que a trajetória de queda da taxa nominal está limitada. Essa dinâmica, por fim, restringe o potencial de flexibilização das taxas reais no curto prazo”, completou o BTG no documento.
O banco espera que o ano seja de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 2%, com expansão superior à de outros países desenvolvidos. O processo de desinflação tende a desacelerar, segundo o banco, que projeta que o índice de preços PCE termine o ano em 2,4%.
“A inflação de habitação mais resiliente do que o esperado e o aumento dos preços dos serviços financeiros, impulsionados por mais um ano de valorização do mercado acionário, podem representar desafios para as perspectivas de inflação”, conclui o banco, mencionando ainda outros riscos como os impactos de tarifas e políticas de imigração.