BPAN4: Banco Pan salta +20% após proposto do BTG; este modelo antecipou movimento
Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas recuavam nesta terça-feira, antes da abertura em Nova York, em meio à expectativa pelos balanços de grandes bancos de Wall Street e por novos discursos de dirigentes do Federal Reserve.
JPMorgan e Wells Fargo estão entre as instituições financeiras que apresentarão seus resultados trimestrais, que analistas preveem refletir a resiliência da economia americana.
No mercado de commodities, o ouro renovou máximas históricas, enquanto o petróleo recua diante do agravamento das tensões comerciais entre EUA e China.
No Brasil, os investidores avaliarão novos dados sobre a atividade econômica, com a divulgação do crescimento do setor de serviços em agosto.
1. Futuros em queda em Wall Street
Os principais índices futuros dos EUA operam em baixa, com os investidores atentos à nova rodada de resultados corporativos e às declarações do presidente do Fed, Jerome Powell.
Às 7 h de Brasíliao contrato futuro do S&P 500 caía 0,7%, o Nasdaq 100 recuava 0,9% e o futuro do Dow Jones cedia 0,4%.
As bolsas encerraram a segunda-feira em alta, revertendo perdas da semana anterior, após o presidente Donald Trump adotar um tom mais conciliador nas declarações sobre a China. Trump havia ameaçado elevar tarifas a patamares de três dígitos em resposta à ampliação dos controles chineses sobre exportações de terras raras, o que provocou forte queda nas ações na sexta-feira, mas o discurso foi posteriormente atenuado.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, reforçou que a aguardada reunião entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, prevista para ocorrer ainda este mês na Coreia do Sul, segue confirmada, elevando o otimismo sobre uma possível trégua comercial.
Entre os destaques corporativos, as ações da fabricante de semicondutores Broadcom avançaram mais de 9% após a OpenAI, criadora do ChatGPT, anunciar um acordo de até 10 gigawatts em processadores de inteligência artificial da empresa. A notícia reacendeu o entusiasmo em torno do setor de IA, impulsionando diversas companhias ligadas à tecnologia.
2. Resultados bancários à frente
Os investidores voltam agora as atenções à divulgação dos resultados dos maiores bancos americanos, que tradicionalmente marcam o início da temporada de balanços trimestrais.
Antes da abertura do pregão, o JPMorgan, maior banco dos EUA, divulgará seus números, junto com Wells Fargo, Goldman Sachs e Citigroup. Já Bank of America e Morgan Stanley devem apresentar seus resultados na quarta-feira.
A expectativa é de desempenho sólido do setor, apoiado por uma economia ainda aquecida, que sustenta a demanda por crédito e melhora o desempenho das carteiras de consumo e empréstimos corporativos. O avanço nas operações de fusões e aquisições também colabora para o resultado, após meses de retração, diante de sinais de flexibilização regulatória e perspectivas de juros mais baixos.
Ainda assim, analistas esperam comentários cautelosos sobre o cenário global, sobretudo após o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, alertar para uma possível correção nas bolsas nos próximos meses, citando incertezas geopolíticas, fiscais e de defesa.
3. Powell discursará
Os mercados acompanharão com atenção o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na conferência anual da Associação Nacional de Economia Empresarial, também nesta terça-feira.
Segundo a Vital Knowledge, Powell deve lamentar a escassez de indicadores econômicos recentes provocada pela paralisação parcial do governo americano, que atrasou a publicação de dados usados pelo banco central na formulação da política monetária. Embora servidores tenham sido convocados para divulgar o índice de preços ao consumidor (IPC) de setembro, ainda não há data definida para a liberação de outros indicadores.
No momento, o mercado precifica uma nova redução de 25 pontos-base na reunião do Fed de 28 e 29 de outubro, segundo a ferramenta FedWatch da CME. No mês anterior, o banco já havia cortado os juros na mesma magnitude, retomando o ciclo de afrouxamento monetário em meio ao arrefecimento do mercado de trabalho.
Enquanto isso, o impasse político em Washington persiste, sem sinais de solução imediata, mesmo com o Senado devendo retomar as sessões ainda nesta terça-feira.
4. Ouro renova recorde; petróleo recua
O ouro atingiu novo recorde, superando US$ 4.100 por onça, em meio às apostas de novos cortes de juros pelo Fed e ao aumento das tensões comerciais entre EUA e China, o que intensificou a busca por ativos de proteção. A prata também avançou para novas máximas.
No momento da redação, o ouro à vista subia 0,4%, a US$ 4.125,35 por onça, enquanto os futuros do metal nos EUA ganhavam 0,1%, a US$ 4.138,40. No acumulado do ano, o metal já valorizou mais de 50%, impulsionado por incertezas macroeconômicas, expectativa de juros mais baixos, compras de bancos centrais e forte entrada em fundos atrelados ao ouro.
Os preços do petróleo, por sua vez, voltaram a cair após preocupações de que o agravamento das disputas comerciais entre EUA e China possa enfraquecer a demanda global por energia.
Os futuros do Brent recuavam 2,2%, a US$ 61,94 por barril, enquanto o West Texas Intermediate cedia 2,3%, a US$ 58,14.
Apesar de declarações conciliatórias, persistem temores de que a disputa se intensifique. A China anunciou sanções contra cinco subsidiárias ligadas aos EUA do estaleiro sul-coreano Hanwha Ocean, e ambos os países devem aplicar novas tarifas portuárias sobre companhias de transporte marítimo, muitas delas envolvidas no comércio de petróleo bruto.
Paralelamente, a Agência Internacional de Energia (AIE) projetou expansão mais acelerada da oferta global de petróleo, com superávit crescente até 2026, impulsionado pela Opep+ e pela demanda mais contida. Em seu relatório de outubro, a AIE estimou que a produção mundial aumentará em 3 milhões de barris por dia em 2025, para 106,1 milhões de bpd, acima da previsão anterior de 2,7 milhões, com novo acréscimo de 2,4 milhões em 2026.
A produção global de setembro foi 5,6 milhões de barris diários superior à do mesmo mês de 2024, em grande parte devido ao aumento da oferta da Opep+, que vem revertendo cortes em ritmo mais rápido do que o planejado, contribuindo para a pressão sobre os preços internacionais do petróleo.
5. Setor de serviços no Brasil
Os investidores locais estarão atentos ao crescimento do setor de serviços no mês de agosto, segundo dados a serem divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No relatório referente a julho, o setor teve um avanço de 0,3% frente ao mês anterior, marcando a sexta alta consecutiva e confirmando a resiliência da atividade. O resultado, em linha com as projeções de mercado, levou o volume de serviços ao maior nível da série histórica, com crescimento anual de 2,8%.