Por Senad Karaahmetovic
Investing.com - O economista-chefe do banco de investimento do Goldman Sachs (NYSE:GS), Jan Hatzius, prevê que a inflação nos EUA terá um declínio “significativo” no próximo ano. Sua expectativa é que o índice de gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) recue para 2,9% em dezembro do ano que vem, em relação a 5,1% em setembro deste ano. O PCE mede os preços que as pessoas gastam com bens e serviços.
A projeção de queda da inflação baseia-se em três fatores principais: 1) melhora das restrições da cadeia de suprimentos; 2) pico na inflação da moradia após a reabertura; e 3) menor crescimento dos salários.
A queda da inflação será liderada pelo primeiro fator, segundo o Goldman, que prevê que a contribuição das categorias de bens com restrição de oferta para a inflação básica sairá de um aumento de 0,6 p.p. para -0,4 p.p. no fim de 2023.
“A oferta de semicondutores em particular melhorou drasticamente, com as entregas de microchips automotivos agora 42% acima dos níveis de 2019. Isso já provocou uma queda de 5% nos preços de carros usados e consideramos que uma queda maior de 15% ocorrerá em 2023. Nossa expectativa é que os preços de carros novos comecem a cair também”, afirmou Hatzius em nota aos clientes.
Embora o PCE deva ficar abaixo de 3%, Hatzius alerta que a inflação de serviços básicos deve registrar uma queda em ritmo mais lento. Esse tipo de inflação deve cair para o “nível ainda elevado de 4,4% ano a ano no próximo mês de dezembro”.
“Isso reflete o ritmo mais lento, porém ainda elevado, da inflação da moraria no fim do ano, bem como um aumento na inflação de saúde, em parte devido ao maior aumento dos preços dos convênios em pelo menos 15 anos”, concluiu Hatzius.
O índice de preços ao consumidor (IPC), importante indicador de inflação, subiu 7,7% em outubro na comparação anual e 0,4% na comparação mensal.