⛔ Pare de adivinhar ⛔ Use nosso filtro de ações gratuito e ache pechinchas do mercadoTeste Grátis

Governo central tem superávit primário de R$11,5 bi em setembro, acima do esperado

Publicado 27.10.2023, 09:45
© Reuters. Moedas de R$1
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

Por Bernardo Caram

BRASÍLIA (Reuters) - O governo central registrou superávit primário de 11,548 bilhões de reais em setembro, em resultado fortemente impactado por ganhos atípicos, informou o Tesouro Nacional nesta sexta-feira.

O resultado do governo central, que compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, veio no mês passado melhor que o saldo positivo de 10,0 bilhões de reais projetado por analistas em pesquisa da Reuters. Também ficou um pouco acima do saldo positivo de 10,936 bilhões de reais registrado no mesmo mês do ano passado.

Considerando dados atualizados pela inflação, o resultado de setembro foi o melhor para o mês desde 2010, quando o saldo foi positivo em 55,611 bilhões de reais.Em setembro, as despesas totais do governo cresceram 11,5% acima da inflação na comparação com mesmo mês de 2022, ritmo mais forte do que a alta de 10,7% observada na receita líquida, que desconta as transferências a Estados e municípios.

As receitas do governo foram impactadas principalmente por um ganho atípico de 26 bilhões de reais resultante da entrada de recursos não sacados do Pis/Pasep.

Do lado das despesas, houve um aumento de 4,6 bilhões de reais em gastos com benefícios previdenciários, além de uma alta de 10 bilhões de reais em despesas relacionadas ao programa Bolsa Família.

No acumulado dos primeiros nove meses do ano, as contas federais registraram déficit de 93,376 bilhões de reais, ante um superávit de 33,822 bilhões de reais no mesmo período de 2022.

O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, pontuou que as perdas observadas na arrecadação com concessões, dividendos e royalties de recursos naturais respondem por uma queda de quase 100 bilhões de reais nas receitas deste ano na comparação com 2022.

Em 12 meses até setembro, o saldo fiscal ficou negativo em 71,4 bilhões de reais. Em dados corrigidos pela inflação, o déficit corresponde a 0,7% do PIB.

Em entrevista para explicar os números, Ceron disse que o governo federal pode fechar 2023 com um déficit primário pior do que o previsto anteriormente após medidas aprovadas no Congresso e fatores econômicos aumentarem pressões sobre as contas, enfatizando ainda ser cedo para tirar conclusões sobre o efeito em 2024.

"Olhando em relação àquele cenário original, a gente estaria caminhando para um horizonte que rondaria 1,1% a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), vamos ver agora com essas novas pressões", disse.

Entre os fatores, Ceron citou projeto aprovado no Congresso que ampliou transferências a Estados e municípios em 2023, um aumento de gasto de cerca de 20 bilhões de reais neste ano.

O secretário disse que a queda na inflação e o movimento do câmbio também devem gerar uma perda nominal de arrecadação de até 30 bilhões de reais no ano em relação ao estimado inicialmente.

Em outro ponto, ele disse que a previsão de ganhos adicionais em 2023 com mudanças no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) pode cair de 50 bilhões de reais para cerca de 10 bilhões de reais.

© Reuters. Moedas de R$1
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

Na entrevista, ele afirmou que o cenário atual é mais desafiador para as contas públicas, com efeitos em 2024 -- quando a equipe econômica pretende zerar o déficit primário. Ele disse que o governo avalia o cenário e a possível necessidade de adoção de novas medidas, ao ponderar que não está sinalizando se há discussão sobre mudar a meta fiscal do próximo ano.

"Para 2024, obviamente está sendo feita uma leitura sobre o impacto das medidas", disse. "Está um pouco cedo para fazer esse balanço."

(Por Bernardo Caram)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.