BUENOS AIRES (Reuters) - O peronismo que governa a Argentina deixará de ter a maioria dos deputados que por anos deu ao governo o controle do Congresso, depois que a oposição, além de ganhar mais espaço, levou a eleição presidencial para um segundo turno em novembro.
A base governista perdeu 20 por cento de seus assentos na Câmara dos Deputados, formada por 257 membros, e o governo de três províncias, incluindo Buenos Aires, a maior do país, atualmente administrada pelo candidato peronista à Presidência Daniel Scioli e reduto histórico do peronismo.
O revés legislativo se soma a um desempenho mais fraco do que o esperado do próprio Scioli, que ficou 2,6 pontos percentuais à frente de Mauricio Macri enquanto as pesquisas previam três vezes mais essa diferença. Agora, Scioli disputará a Presidência com Macri no segundo turno.
De acordo com a contagem provisória que ainda acontecia nesta segunda-feira, a coalizão da presidente argentina, Cristina Kirchner, perderá entre 22 e 26 assentos na Câmara. Com isso, já não terá a maioria que permitiu aprovar leis enviadas pelo Executivo sem necessidade de debater com outras forças.
Os partidos que formam a aliança de Macri conquistaram mais 29 deputados.
"Há uma situação similar, em que o tema serão os acordos. O Congresso vai passar a ser um elemento muito importante no próximo governo", disse o analista político Ricardo Rouvier.
No Senado, a base governista deve conseguir mais 2 ou 3 vagas, mantendo um número suficiente de assentos para continuar tendo quórum próprio na Casa.
(Reportagem de Maximiliano Rizzi)