Investing.com – O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou alta de 0,56% em dezembro, fechando o ano passado em 4,62%, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A projeção de consenso era de 0,48%. Em novembro, o IPCA havia subido 0,28%.
Assim, o IPCA termina 2023 abaixo do teto da meta, após dois anos de rompimento. A meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual, levando ao teto de 4,75%.
De acordo com o instituto, todos os grupos de produtos e serviços registraram elevação no mês passado, mas o maior impacto e variação foi em alimentação e bebidas, com avanço de 1,11%.
Alimentos como batata, feijão, arroz e frutas pressionaram a alimentação dentro do domicílio.
Transportes foi o grupo com a segunda maior contribuição, subindo 0,48% em dezembro. O subitem com maior contribuição individual mensal foi passagens aéreas, com disparada 8,87% no mês passado.
A segunda maior variação em dezembro, no entanto, foi registrada no grupo artigos de residência, que apresentou alta de 0,76%, vindo de uma queda no mês anterior. Já a habitação desacelerou, com variação de 0,34%.
Leonardo Costa, economista da gestora ASA Investments, avalia que os dados de dezembro vieram piores do que a prévia, no IPCA-15, o que considera pouco usual. O destaque, em sua visão, foi a pressão sobre o núcleo de serviços. “A sazonalidade de começo de ano é pouco favorável e projetamos núcleos mais elevados no primeiro trimestre de 2024”, adianta.
Igor Cadilhac, economista do PicPay, concorda que, olhando de forma qualitativa, a leitura não foi favorável. “A piora na média dos núcleos sugere um cenário desinflacionário menos consistente no curto prazo. Diante disso, é provável uma menor expectativa de uma redução mais rápida da taxa Selic”.
Com o resultado, o mercado espera mais dois cortes na Selic em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões, aponta a Mirae Asset, “mas ainda distante da tese de aceleração a 0,75 p.p”. A Mirae estima que a taxa de juros básica da economia brasileira deve chegar a 9% ao final do ano.