(Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que o Brasil possivelmente encerrará o ano com a criação de 2 milhões de empregos formais e que o Produto Interno Bruto brasileiro deve crescer três vezes mais do que o Fundo Monetário Internacional (FMI) previa no início de 2023.
"Vamos colher muito a partir de 2024. Possivelmente a gente chegue no final do ano a 2 milhões de empregos com carteira profissional assinada. Esse ano, o PIB vai crescer três vezes mais do que o FMI previa no começo do ano", disse Lula durante live em suas redes sociais.
Na segunda-feira, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, mostraram que o país criou 211.764 vagas de emprego formal em setembro, superando a expectativa dos economistas.
No acumulado do ano até setembro, a criação de postos com carteira assinada somou 1,6 milhão, contra abertura de 2,2 milhões de vagas no mesmo período de 2022.
Na live, o presidente ainda enfatizou que acredita haver "espaço" para uma maior participação da indústria na economia do país e que é necessário elevar o PIB industrial brasileiro. Ele afirmou que não vê incompatibilidade entre o incentivo duplo aos setores industrial e do agronegócio.
Lula defendeu também o agronegócio brasileiro como um setor que possui muita tecnologia e disse que não é "uma coisa grotesca como alguns tentam passar". De acordo com ele, é preciso aliar as políticas industrial e agrícola do país.
"Obviamente que o Brasil tem espaço para o agronegócio e tem espaço para a indústria. O Brasil precisa voltar a ter investimento em indústria. O PIB industrial precisa voltar a crescer", disse.
Lula destacou que enxerga seu primeiro ano de mandato como "exitoso" e que o governo conseguiu reconstruir políticas públicas que haviam sido descontinuadas e recuperar a imagem do Brasil no cenário internacional.
Ele garantiu que ao longo de seu governo "a economia vai dar certo, os empregos vão acontecer e o salário vai subir", e disse que deseja fazer uma "revolução" no país para melhorar as condições de vida da população brasileira.
De acordo com a mais recente pesquisa Focus do Banco Central, divulgada na segunda-feira, economistas consultados preveem expansão do PIB deste ano a 2,89%. Em janeiro, o FMI havia previsto crescimento do PIB do Brasil de 1,2% em 2023.
(Por Fernando Cardoso, em São PauloEdição de Pedro Fonseca)