Por Olivia Kumwenda-Mtambo e Tanisha Heiberg
JOHANESBURGO, África do Sul (Reuters) - Multidões saquearam lojas e escritórios na África do Sul nesta quarta-feira, desafiando apelos do governo pelo fim de uma semana de violência que já matou mais de 70 pessoas e arruinou centenas de negócios.
Os tumultos, os piores no país em anos, também prejudicaram hospitais que enfrentam dificuldades para lidar com uma terceira onda de Covid-19 e forçaram o fechamento de uma refinaria.
Protestos desencadeados pela prisão do ex-presidente Jacob Zuma, que não compareceu a um inquérito de corrupção na semana passada, degeneraram em saques e um extravasamento de revolta geral com as adversidades e a desigualdade que persistem 27 anos após o fim do apartheid.
Shopping centers e armazéns já foram pilhados ou incendiados em várias cidades, a maioria em KwaZulu-Natal, província de origem de Zuma, no centro financeiro e econômico de Johanesburgo e na província circundante de Gauteng.
De madrugada, eles se espalharam para mais duas províncias: Mpumalanga, pouco ao leste de Gauteng, e Cabo do Norte, disse a polícia.
Um fotógrafo da Reuters viu várias lojas sendo saqueadas na cidade de Hammersdale, em Kwazulu-Natal, nesta quarta-feira. Redes locais de televisão mostraram mais saques de lojas em Soweto, o maior subúrbio sul-africano, e no porto de Durban, no Oceano Índico.
Soldados estão sendo enviados às ruas para ajudar os policiais que tentam conter os tumultos em inferioridade numérica, e a ordem foi restabelecida em alguns locais nesta quarta-feira, como Alexandra, subúrbio do norte de Johanesburgo, mostrou a TV local.
(Reportagem adicional de Rogan Ward in Hammersdale, Wendell Roelf na Cidade do Cabo, Promit Mukherjee, Alexander Winning em Tim (SA:TIMS3) Cocks em Johanesburgo)