FRANKFURT (Reuters) - Nenhum dos países que desejam ingressar na zona do euro atende a todos os critérios de adesão, e alguns podem estar divergindo das regras já estabelecidas, afirmou o Banco Central Europeu em um relatório sobre possíveis membros.
Todos os membros da União Europeia, além da Dinamarca, são obrigados a aderir ao euro, mas a maioria está relutante, principalmente por causa de dúvidas sobre a viabilidade da moeda desde a crise da dívida do bloco, quase uma década atrás.
Embora a Croácia e a Bulgária estejam no processo de candidatura e tenham feito progressos, ambas enfrentam dificuldades com alguns critérios, particularmente no que se refere à governança, uma área na qual a UE está cada vez mais focada, mostrou o Relatório Bienal de Convergência do BCE.
"Exceto na Suécia, a qualidade das instituições e da governança é relativamente fraca nos países em análise -- especialmente na Bulgária, Romênia, Croácia e Hungria", afirmou o BCE.
A inflação é mais alta do que o permitido em cinco dos sete países em potencial e o BCE disse estar preocupado com a sustentabilidade da convergência da inflação na maioria deles.
O BCE tem como meta inflação abaixo de 2%, mas ficou aquém dessa meta nos últimos sete anos. A maioria dos países da Europa central está registrando taxas de inflação próximas ou acima de 3%.
Mas a maioria dos países atendeu aos critérios de dívida, déficit e taxas de juros, afirmou o BCE, acrescentando que seu relatório considera o impacto da pandemia de coronavírus em uma extensão limitada, dada a incerteza incomum que criou.
Ainda assim, observou que a maioria dos países está enfrentando aumento nos déficits orçamentários, uma consequência de gastos generalizados para enfrentar a pandemia.
O BCE acrescentou que nenhum dos países cumpre os requisitos legais para a independência do banco central e todos, exceto a Croácia, não cumpriram o requisito relativo à proibição de financiamento monetário, fundamentos essenciais dos bancos centrais modernos.
(Por Balazs Koranyi)