SÃO PAULO (Reuters) - O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) elevou a projeção de carga de energia do sistema interligado do país em setembro, para 67,2 mil megawatts, o que representaria alta de 0,5% na comparação com 2019, com a demanda voltando a crescer apesar dos efeitos negativos da pandemia de coronavírus sobre a atividade.
O órgão do setor elétrico havia projetado recuo de 1,6% na carga do mês na semana passada, mas reviu para cima os números em todas regiões, principalmente no Sudeste, onde espera agora queda de 0,8%, contra previsão anterior de baixa de 2,8%, segundo boletim nesta sexta-feira.
As regiões Sul e Norte deverão ver aumento na comparação anual de 5% e 3%, respectivamente, contra expectativas de avanço de 0,6% e 1,6% na semana anterior.
As projeções mais otimistas, que vêm em meio ao relaxamento de medidas de isolamento adotadas no país para conter a disseminação no vírus desde março, ocorrem após a carga chegar a desabar 12% em abril, primeiro mês totalmente impactado por quarentenas decretadas por Estados e prefeituras contra a doença.
Desde então, o uso de eletricidade tem se recuperado gradualmente. O ONS ainda não divulgou números oficiais, mas dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontam para estabilidade do consumo em agosto, com alta de 0,1% na comparação com mesmo mês do ano passado no acumulado até a terceira semana do mês.
O ONS projetou ainda que as chuvas na região das hidrelétricas do Sudeste, que concentram os maiores reservatórios, devem atingir 77% da média histórica no mês, praticamente estável frente à estimativa da semana anterior (78%).
No Sul, as precipitações na região das usinas são previstas em 72% da média, contra 89% no boletim anterior.
(Por Luciano Costa)