Com alta de +23% em 2 pregões, esta ação de satélites pode decolar ainda mais
Investing.com – A inflação ao consumidor nos Estados Unidos acelerou ligeiramente acima das expectativas em junho, mas manteve-se suficientemente contida para sustentar a perspectiva de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro, segundo dados divulgados enquanto economistas avaliam os possíveis efeitos da nova rodada de tarifas adotadas por Washington.
O índice de preços ao consumidor (IPC) avançou 2,7% no acumulado de 12 meses até junho, superando a previsão de 2,6% e a taxa de 2,4% registrada em maio.
Na variação mensal, o índice subiu 0,3%, após alta de 0,1% em maio, exatamente dentro das estimativas do mercado.
Ao desconsiderar itens de maior volatilidade, como alimentos e energia, o núcleo do IPC apresentou alta anual de 2,9% e mensal de 0,2%. Ambas as leituras vieram abaixo das projeções, que apontavam para 3,0% e 0,3%, respectivamente.
Os reajustes nos preços de móveis, serviços médicos, lazer, vestuário e cuidados pessoais foram parcialmente compensados por reduções nos custos de veículos novos e passagens aéreas.
Embora o IPC não seja o principal indicador de inflação utilizado pelo Federal Reserve, sua trajetória segue relevante para orientar os próximos passos da autoridade monetária em relação à política de juros.
O presidente do Fed, Jerome Powell, tem destacado a incerteza sobre a dinâmica inflacionária como uma das razões para a manutenção da taxa básica, postura que tem sido duramente criticada pelo presidente Donald Trump. Segundo fontes próximas, Trump estaria considerando substituir Powell por alguém mais alinhado à sua visão, com o objetivo de acelerar os cortes de juros.
De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group (NASDAQ:CME), os mercados projetam dois cortes na taxa de juros ainda em 2025. Após a divulgação do IPC, aumentou a expectativa de uma redução de 25 pontos-base na reunião de setembro, que levaria o intervalo atual de 4,25% a 4,5% para um patamar mais baixo.
Analistas alertam que as tarifas "recíprocas" propostas por Trump, previstas para entrar em vigor a partir de 1º de agosto, podem ampliar as pressões de custo e enfraquecer o ritmo de crescimento econômico.
Mesmo assim, em relatório recente, a equipe de análise econômica do CIBC (TSX:CM) observou que o repasse das tarifas aos consumidores ainda tem sido moderado, em parte porque diversas empresas reforçaram seus estoques antes da implementação das novas barreiras comerciais.
"Esses estoques, porém, estão começando a se esgotar. Acreditamos que haverá repasse gradual dos custos, o que pode levar o Fed a manter a cautela nas próximas decisões", destacaram os analistas da CIBC.