Investing.com – A produção industrial brasileira recuou 0,5% entre março e abril, após dois meses consecutivos de alta, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 05. A expectativa consensual indicava um acréscimo de 0,3%.
Dessa forma, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), o setor está 0,1% abaixo do patamar pré-pandemia e 16,8% inferior ao recorde atingido em maio de 2011.
No acumulado do ano, a expansão da indústria totalizou 3,5% e, frente ao mês de abril do ano passado, o setor teve acréscimo de 8,4%. No acumulado em 12 meses, o ganho foi de 1,5%.
Apesar do dado mensal negativo, três das quatro categorias econômicas e 18 dos de 25 ramos industriais tiveram alta, informou o instituto. A atividade que puxou o indicador para baixo foi relacionada a indústrias extrativas, com perdas 3,4%. Além disso, produtos alimentícios registraram recuo de 0,6%, assim como atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com baixa de 0,6% e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, que caíram 2,6% mês a mês.
Por outro lado, Maykon Douglas, economista da Highpar, aponta que dentre as categorias econômicas, a produção de bens de consumo duráveis foi destaque, com alta de 5,6%, com impulso na fabricação de veículos.
“O resultado de abril lembra um pouco o de janeiro. O headline foi negativo naquele momento, mas a queda foi mais concentrada nos itens de maior peso, portanto, o qualitativo parece melhor que o quantitativo. Há o risco de que a indústria siga tímida em razão das dúvidas quanto aos cortes da taxa Selic, mas a perspectiva é um pouco melhor do que no ano passado”, acredita o economista.
Entre os drivers positivos para o setor, segundo Igor Cadilhac, economista do PicPay, estariam a “recuperação do setor manufatureiro global; balança comercial robusta, com bom desempenho das exportações de petróleo, minério de ferro e soja e políticas de estímulos à atividade econômica por parte do governo, como o Novo Plano Industrial”. No entanto, entre os riscos, estariam a desaceleração da economia global e um ciclo de corte de juros menor que o esperado anteriormente pelo mercado.
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