RIO DE JANEIRO (Reuters) - As vendas no varejo brasileiro surpreenderam ao recuar 1,1 por cento em julho sobre o mês anterior, dando início ao terceiro trimestre com o pior resultado desde outubro de 2008 e mostrando que a economia ainda tem dificuldades para se recuperar.
Com este resultado, as vendas no setor não crescem há seis meses. Na comparação com julho de 2013, as vendas varejistas recuaram 0,9 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Os resultados ficaram bem aquém das expectativas em pesquisa da Reuters, cujas medianas apontavam alta mensal de 0,50 por cento em julho e de 1,90 por cento na base anual.
"(Em julho) teve menos dias úteis por conta da Copa do Mundo e a inflação ainda contribui", disse a coordenadora da pesquisa, Juliana Vasconcelos, acrescentando que o cenário em 2014 é de economia menos favorável, com diminuição do ritmo de crédito.
Segundo o IBGE, quatro das oito atividades pesquisadas no varejo restrito tiveram queda no volume de vendas na comparação mensal, sendo o destaque Móveis e eletrodomésticos, que recuaram 4,1 por cento em julho.
Já as vendas de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo tiveram queda de 1,3 por cento em julho.
O IBGE informou ainda que o volume de vendas no varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, avançaram 0,8 por cento em julho sobre junho.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Felipe Pontes; Texto de Camila Moreira)