Laços entre UE e China estão em "ponto de inflexão", diz von der Leyen após cúpula em Pequim

Publicado 24.07.2025, 08:36
Atualizado 24.07.2025, 12:35
© Reuters. Presidente da China, Xi Jinping, em encontro com presidente do Conselho Europeu, António Costa, e presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Pequimn24/07/2025nChina Daily via REUTERS

Por Liz Lee e Laurie Chen e Xiuhao Chen

PEQUIM (Reuters) - Os laços comerciais entre a União Europeia e a China atingiram um "claro ponto de inflexão", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta quinta-feira em Pequim, encerrando uma tensa cúpula com os principais líderes chineses, dominada por preocupações com o comércio e a guerra na Ucrânia.

As expectativas eram baixas para a cúpula na capital chinesa, que marcou 50 anos de laços diplomáticos, após semanas de tensão crescente e disputas que levaram a duração a ser abruptamente reduzida pela metade para um único dia, a pedido de Pequim.

"Nós levantamos nossas preocupações de forma muito franca e aberta sobre questões comerciais, de investimento e geopolíticas... Identificamos parcialmente soluções", disse von der Leyen em uma coletiva de imprensa após se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Qiang.

Quando questionada sobre um possível acordo comercial com os Estados Unidos, a chefe da UE disse que o foco do bloco tem sido alcançar uma solução negociada, mas todos os instrumentos estão sobre a mesa até que "tenhamos um resultado satisfatório".

"Nosso relacionamento com a China é importante, mas se sustenta por seus próprios méritos. É independente das ações ou problemas que temos com os outros", disse ela.

Xi disse anteriormente a von der Leyen e ao presidente do Conselho Europeu, António Costa, que os desafios que a Europa enfrenta não vêm da China, pedindo ao bloco para "lidar de forma adequada com as diferenças e os atritos".

"Espera-se que o lado europeu mantenha o mercado de comércio e investimento aberto e se abstenha de usar ferramentas econômicas e comerciais restritivas", disse Xi, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua.

As ações comerciais da UE no ano passado tiveram como alvo as exportações chinesas de veículos elétricos, entre outros produtos, e suas autoridades têm reclamado repetidamente sobre o excesso de capacidade industrial chinesa, já que o déficit comercial do bloco com a China aumentou para 305,8 bilhões de euros no ano passado.

Von der Leyen disse à imprensa que a liderança chinesa começou a analisar a questão do excesso de capacidade e expressou disposição em apoiar mais o consumo doméstico.

"Acreditamos que aumentar o acesso ao mercado para as empresas europeias na China, limitar o impacto externo da involução e reduzir os controles de exportação são passos importantes", disse von der Leyen ao primeiro-ministro de acordo com um relato.

Ela descreveu sua reunião com Xi como "excelente".

Os dois lados também emitiram uma declaração conjunta sobre clima, reiterando seu compromisso com novos planos de ação climática em toda a economia.

Na cúpula desta quinta-feira, os líderes da UE também expressaram suas expectativas de que a China desencoraje a Rússia em sua guerra contra a Ucrânia.

"O importante é que tenhamos um cessar-fogo e que as negociações aconteçam na mesa, que haja uma vontade verdadeira e genuína de encontrar soluções para acabar com o derramamento de sangue", disse von der Leyen na coletiva de imprensa.

O período que antecedeu a cúpula foi marcado por disputas comerciais e retórica europeia agressiva, como a acusação feita por von der Leyen, em 8 de julho, de que a China estaria inundando os mercados globais como resultado de seu excesso de capacidade e "possibilitando a economia de guerra da Rússia".

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