NOVA DÉLHI/MUMBAI (Reuters) - A Índia, maior consumidor mundial de açúcar, elevou a tarifa de importação do produto para 25 por cento, ante 15 por cento, como parte dos esforços do governo para ajudar usinas regionais que sofrem com preços baixos e estoques elevados.
A alta vai tornar as importações inviáveis para as refinarias que operam junto a portos, apesar de uma queda acentuada nos preços globais devido a uma grande oferta do Brasil e da Tailândia, maiores exportadores.
Em junho, o ministro da Alimentação, Ram Vilas Paswan, havia dito que a tarifa de importação poderia ser elevada para 40 por cento.
As usinas dizem que uma alta de 70 por cento nos preços que elas devem pagar para os agricultores em Uttar Pradesh, principal Estado produtor de cana-de-açúcar, e uma pequena alta de 7 por cento nos preços do açúcar apertaram suas finanças e levaram a dívidas pelo pagamento da matéria-prima.
"Com a tarifa de 25 por cento, as importações são inviáveis", disse um operador de uma grande trading em Mumbai
No atual ano comercial do açúcar, que vai até setembro, a Índia deverá importar apenas 30 mil toneladas do adoçante, ante 680 mil toneladas um ano antes, disse um executivo do setor à Reuters no início do mês.
Os preços na Índia, segundo maior produtor de açúcar do mundo, atrás do Brasil, caíram abaixo dos custos de produção em algumas regiões porque o país produziu um excedente de açúcar pelo quarto ano consecutivo.
No ano comercial que vai começar em outubro, o país ainda deverá elevar a produção em 4 por cento, para 25,3 milhões de toneladas, devido a maiores produtividades na cana nos Estados de Maharashtra e Karnataka.
Os indianos consomem cerca de 23 milhões de toneladas de açúcar por ano.
(Por Rajesh Kumar Singh, Rajendra Jadhav e Ratnajyoti Dutta)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 5644 7762))