BERLIM (Reuters) - A Alemanha rejeitou os apelos para dar à Grécia mais tempo para atingir as metas orçamentárias acordadas com os credores internacionais em seu terceiro programa de resgate, enquanto o país lida com a crise de migração.
A recente imposição da Áustria de restrições à fronteira desencadeou um efeito dominó na Europa que deixou dezenas de milhares de migrantes retidos na Grécia, colocando mais pressão sobre um país que depende de uma recuperação econômica após seis anos de recessão.
"A questão dos refugiados e o programa de ajuda para a Grécia não devem ser misturados", disse à Reuters neste domingo um porta-voz do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, ao ser questionado sobre a sugestão do presidente do Parlamento Europeu Martin Schulz de que a Grécia deveria ter mais tempo para resolver seus problemas de orçamento.
A ideia também foi rejeitada por Manfred Weber, líder do Partido Popular Europeu, de centro-direita, o maior bloco no Parlamento Europeu.
"Qualquer um que dilui a política de estabilização europeia na crise de migração brinca com fogo", disse Weber a vários jornais locais.
"As regras da dívida europeia não devem ser enfraquecidas. E isto também se aplica para as condições de reforma para a Grécia."
Schulz, membro principal do co-governante Partido Social Democrata da Alemanha, havia argumentado que a crise de migração estava afetando a Grécia mais do que outros países da UE, devido à sua localização geográfica, causando problemas orçamentários adicionais.
"Por conseguinte, temos de mostrar mais flexibilidade no que diz respeito à aplicação dos critérios do déficit", disse Schulz.
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse no sábado que a Grécia precisava entregar rapidamente a sua promessa de fornecer alojamento para 50 mil refugiados e que a União Europeia deve ajudar Atenas com a tarefa.
(Reportagem de Michael Nienaber)