Buenos Aires, 30 dez (EFE).- O governo da Argentina contratará um novo escritório de advogados para assessorar o país no litígio que mantém em Nova York com credores que reivindicam bônus por falta de pagamentos desde 2001, informaram nesta quarta-feira fontes oficiais.
O ministro de Fazenda e Finanças da Argentina, Alfonso Prat-Gay, antecipou hoje que o governo tomou a decisão de "incorporar um escritório novo de advogados para esta etapa final".
"Entendemos que o escritório anterior foi parte do fracasso, da má negociação do governo e, portanto, é difícil encontrar uma melhor solução com os mesmos protagonistas", disse o ministro.
Em entrevista coletiva no Palácio de Fazenda, Prat-Gay assinalou que o secretário de Finanças, Luis Caputo, e o mediador Daniel Pollack estabeleceram um cronograma e que nos primeiros dias de janeiro será realizada a primeira reunião oficial.
"Simplesmente o que fizemos até agora é abrir um canal de negociação que durante todo este tempo esteve fechado", comentou o ministro argentino.
Além disso, afirmou que, no caso de chegar a um acordo com os credores em Nova York, o governo enviará ao Congresso uma proposta para que os legisladores argentinos referendem a negociação.
Os credores, fundos especulativos que não aceitaram a reestruturação de dívida em 2005 e 2010, reivindicam ao país US$ 1,3 bilhão, mais juros.
Uma decisão do juiz nova-iorquino Thomas Griesa, de meados de 2014, mantém congelados os pagamentos da Argentina aos credores que aceitaram as reestruturações de dívida, à espera que o país regularize sua situação com os fundos especulativos.
Por esta razão, a Argentina entrou em uma "moratória seletiva", que atualmente é o principal impedimento do país para acessar os mercados internacionais de crédito.