Buenos Aires, 20 fev (EFE).- O chefe de gabinete do governo da Argentina, Marcos Peña, disse neste sábado que o Executivo de Mauricio Macri recebeu "positivamente" o anúncio do juiz de Nova York a cargo do litígio sobre a dívida de que suspenderá a proibição de efetuar pagamentos a credores se várias leis forem revogadas.
"É um bom passo nesse caminho que estamos trabalhando junto ao juizado de (Thomas) Griesa e do mediador (Daniel) Pollack para tentar destravar esta situação que nos deixaram e que permitiria à Argentina terminar de normalizar sua relação com o mundo", declarou Peña à emissora de rádio "Mitre".
No entanto, o chefe de ministros pediu "cautela" e advertiu que é uma "negociação complexa", sobre um tema que é necessário resolver e que "se inflamou muito" durante os governos kirchneristas.
No meio das negociações entre o Executivo argentino e os fundos especulativos que não aceitaram a reestruturação da dívida, o juiz Griesa se mostrou nesta sexta-feira a favor de suspender as medidas cautelares que impedem que a Argentina pague os demais credores no exterior até que não cumpra a sentença favorável aos querelantes.
A condição que o magistrado pede em troca é que o Congresso argentino revogue a Lei de Pagamento Soberano e a Lei do Ferrolho, aprovadas durante o kirchnerismo e que representam um obstáculo legislativo ao cumprimento da decisão de Griesa.
O magistrado pediu também à Argentina que pague os fundos com os quais já obteve um acordo até o próximo dia 29 de fevereiro, como outra das condições para suspender os embargos que mantêm o país em moratória seletiva e facilitar assim seu retorno aos mercados financeiros.
Peña destacou que o governo está "otimista" a esse respeito, apesar de não contar com maioria no Congresso, porque vem conversando com os grupos parlamentares e a proposta tem "muito boa recepção, em geral", uma vez que há uma "compreensão bastante generalizada que este assunto precisa ser resolvido".