Por Mark Hosenball e Mehreen Zahra-Malik
WASHINGTON/ISLAMABAD (Reuters) - Uma mulher acusada de se juntar ao marido para matar 14 pessoas na Califórnia prometeu aparentemente lealdade a um líder do grupo militante Estado Islâmico, disseram duas fontes do governo dos Estados Unidos nesta sexta-feira, à medida que agentes de inteligência no Paquistão, onde ela nasceu, avançam com as investigações.
Tashfeen Malik, de 27 anos, e o marido dela, Syed Rizwan Farook, de 28, foram mortos numa troca de tiros com a polícia depois do massacre de quarta-feira durante uma festa de fim de ano no Centro Regional Inland, uma agência de serviços sociais, em San Bernardino, 100 quilômetros ao leste de Los Angeles. Foi a ação que registrou mais mortes nos EUA em três anos.
Investigadores dos EUA avaliam uma evidência de que Malik, nascida no Paquistão e que morava na Arábia Saudita quando casou com Farrok, havia jurado lealdade a Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, disseram duas autoridades norte-americanas à Reuters. Elas afirmaram que a descoberta, se confirmada, pode "mudar o jogo" nas investigações.
O casal tinha dois rifles, duas pistolas, 6.100 cartuchos de munição e 12 bombas improvisadas na casa deles ou com eles quando foram mortos, segundo autoridades. Uma fonte do governo dos EUA disse que devido à quantidade de armas e munição, os investigadores tentam determinar se eles planejavam realizar um ataque mais elaborado.
Farook, cidadão norte-americano, nascido em Illinois e filho de imigrantes paquistaneses, trabalhava como fiscal para o Departamento de Saúde Pública do condado de San Bernardino, a agência cuja festa ele e Malick atacaram na quarta-feira.
Investigadores estão examinando um relato de que Farrok teve uma discussão com um colega de trabalho que falou dos "perigos inerentes do Islã", antes do ataque, disse uma fonte do governo dos EUA.
Enquanto o ataque pode ter sido inspirado pelo Estado Islâmico, não há evidência de que foi comandado pelo grupo militante, de acordo com fontes do governo. O Estado Islâmico, que controla parte da Síria e do Iraque, assumiu a responsabilidade pelos ataques de 13 de novembro em Paris que mataram 130 pessoas.
A CNN afirmou nesta sexta-feira que uma autoridade dos EUA disse que Malik havia feito o juramento para al-Baghdadi numa mensagem via Facebook na quarta-feira, dia do ataque, num perfil que tinha um nome diferente.
(Reportagem adicional de Idrees Ali e Doina Chiacu, em Washington; de Yasmeen Abutaleb, em San Bernardino; e de Suzannah Gonzáles, em Chicago)