Por George Georgiopoulos e Matthias Williams
ATENAS (Reuters) - O banco central da Grécia fez um alerta nesta quarta-feira de que o país pode entrar em um "curso doloroso" na direção do default e da saída da zona do euro se o governo e seus credores internacionais não alcançarem um acordo sobre ajuda em troca de reformas.
Também disse que a Grécia corre o risco de um renovado surto de recessão e prevê que a atual desaceleração econômica do país deve se ampliar no segundo trimestre deste ano. A economia grega começou a crescer de novo no ano passado após anos de austeridade, mas voltou a contrair no primeiro trimestre de 2015, recuando 0,2 por cento na comparação anual.
A crise em curso levou a saques de cerca de 30 bilhões de euros de bancos gregos entre outubro e abril, segundo o banco central.
O tempo está se esgotando rápido para Atenas e seus credores alcançarem um acordo antes do prazo para a Grécia pagar 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) no final do mês.
Mas nenhum dos dois lados parece disposto a ceder, com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, acusando os credores de tentar "humilhar" seu país ao exigir mais cortes.
Apesar da retórica intensa, o banco central disse que os dois lados parecem ter alcançado um consenso sobre as principais condições ligadas a um acordo de ajuda, e que existe uma pequena distância a ser percorrida para que haja um acordo.
"Não alcançar um acordo vai... marcar o início de um curso doloroso que levará inicialmente a um default grego e no fim à saída do país da zona do euro e, mais provavelmente, da União Europeia", disse o banco central grego em relatório.
O banco central grego pediu ainda à União Europeia que apresente as promessas de alívio de dívida à Grécia em mais detalhes --uma importante exigências de Atenas.
"Um acordo vai permitir à Grécia que se beneficie do ambiente global favorável e do programa de 'quantitative easing' do BCE", apontou o relatório.
"Nossa prioridade no momento deveria ser criar, assim que possível, essas condições que vão permitir que a economia grega se beneficie do ambiente econômico global favorável e da política monetária altamente expansionista na zona do euro e acelerar o retorno sustentável a mercados de capital globais."