Por Balazs Koranyi e John O'Donnell
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) deve manter o financiamento de emergência para bancos da Grécia no mesmo patamar nesta quinta-feira, adiando uma elevação que teria permitido que os bancos reabrissem parcialmente, enquanto espera que líderes europeus cheguem a uma decisão sobre o apoio financeiro que garante que Atenas possa pagar suas dívidas.
O BCE tem se mantido pronto para aumentar a Assistência de Liquidez Emergencial (ELA, na sigla em inglês) após a Grécia aprovar o acordo de resgate, porém, o banco central precisa primeiro assegurar que a Grécia possui o financiamento temporário para quitar o empréstimo de 3,5 bilhões de euros mais juros com o BCE que vence na segunda-feira.
Uma elevação do financiamento emergencial ajudaria a restaurar a confiança após a Grécia quase ter sido forçada para fora da zona do euro --um debate que desafiou a promessa do presidente do BCE, Mario Draghi, de que a moeda é irreversível.
Declarações do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, de que ele foi forçado a aceitar o acordo também levantaram preocupações no BCE, disse uma fonte familiarizada com a discussão, uma vez que sugere que Atenas pode não estar completamente séria sobre cumprir sua parte do acordo.
Um empréstimo temporário de 7 bilhões de euros já foi acertado em princípio, mas os detalhes técnicos levarão até sexta-feira para serem fechados, disseram autoridades, indicando que o Conselho do BCE pode ter que voltar a se reunir em teleconferência.
A expectativa é de que os Parlamentos nacionais também votem sobre o acordo com parlamentares na Finlândia, conhecida por sua postura cética em relação à Grécia, já tendo aprovado o acordo. O Parlamento alemão votará sobre a questão na sexta-feira.
O BCE também manteve suas taxas de juros inalteradas em mínimas recordes, em linha com as expectativas, após o banco central já dizer que os juros atingiram o "limite mais baixo".
O BCE manteve a taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, em 0,05 por cento. Também deixou a taxa de depósitos em -0,20 por cento, o que significa que bancos pagam para manter recursos na instituição, e manteve a taxa de empréstimo em 0,30 por cento.
A atenção agora passa à coletiva de imprensa de Draghi na qual a incerteza sobre a Grécia e as sugestões persistentes da Alemanha de que o país poderia deixar o euro devem ser os principais focos.
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447723)) REUTERS RF CMO