Por Balazs Koranyi
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) não tem motivo para afrouxar a política monetária agora e um corte na taxa de depósito, levantada como opção em sua última reunião, pode minar sua orientação futura e prejudicar sua credibilidade, disse o membro do Conselho do BCE Ardo Hansson.
Dados econômicos recentes têm sido surpreendentemente fortes, e de qualquer maneira, o BCE ainda tem meses para decidir se estende seu programa de mais de 1 trilhão de euros de compra de ativos ou se o encerra em setembro do ano que vem, disse Hansson, que também é presidente do banco central da Estônia.
As declarações de Hansson destacam uma divisão dentro do Conselho do banco central desde a mensagem inesperadamente "dovish" do último mês, interpretada por alguns no mercado como um comprometimento de facto com mais afrouxamento da política monetária em dezembro.
Com a inflação em torno de zero, bem abaixo da meta de quase 2 por cento, e os riscos de uma desaceleracão dos mercados emergentes aumentando, o BCE disse após sua reunião de outubro que vai decidir na reunião de 3 de dezembro se é necessário maior afrouxamento da política monetária para impulsionar o crescimento e os preços.
Hansson sugeriu que reduzir a taxa de depósito também pode afetar a credibilidade.
"Se for para seguir o caminho de corte da taxa de depósito, isso vai prejudicar seriamente o conceito de orientação futura", disse Hansson à Reuters em uma entrevista na quinta-feira.
"Uma vez que se adota uma orientação futura específica e não a segue, então você corrói a credibilidade. Esse é um problema que precisamos discutir", acrescentou.
O BCE tem dito que a taxa de depósito atingiu seu menor nível, mas então argumentou que cortes mais profundos por outros bancos centrais e o declínio contínuo na taxa de juros real provou que também que há mais espaço para cortes.