ATENAS/LUXEMBURGO (Reuters) - O Banco Central Europeu elevou a assistência de emergência para os bancos gregos nesta sexta-feira, em meio um fluxo contínuo de saques bancários, antes da reunião de cúpula na próxima semana que pode decidir se o país permanecerá ou não na zona do euro.
Com a pressão crescente sobre o frágil sistema bancário grego, o BCE realizou uma teleconferência e elevou o teto da chamada assistência emergencial de liquidez, a qual os bancos dependem para permanecer operando, em 1,8 bilhão de euros, disseram autoridades gregas.
Isso deveria ser suficiente para manter o sistema bancário grego funcionando até a reunião dos credores da zona do euro na noite de segunda-feira, quando será feito um último esforço para fechar um acordo de ajuda financeira em troca de reformas com Atenas.
A Grécia se aproxima de um possível calote no fim do mês, mas primeiro-ministro esquerdista, Alexis Tsipras, garantiu aos gregos que os profetas da "crise e do terror" serão frustrados, e que o governo fechará um acordo com os credores da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
No entanto, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que ninguém deveria assumir que a reunião de emergência de líderes da zona do euro, que ele vai presidir na segunda-feira, encontrará uma "solução mágica".
Autoridades gregas disseram que Tsipras, que retorna de uma visita à Rússia no sábado, passará o fim de semana preparando a posição da Grécia para a reunião, mas a pressão sobre seu governo vem agora tanto dos bancos quanto dos credores.
Os saques bancários aumentaram para cerca de 4,2 bilhões de euros esta semana, sendo que cerca de 1,2 bilhão de euros foram retirados apenas nesta sexta-feira, com as notícias ruins acelerando a fuga de recursos, disseram fontes do setor bancário.
"Hoje foi mais difícil que ontem", disse uma das fonte bancárias. "Segunda-feira também será um dia difícil."
Autoridades disseram que o BCE revisaria novamente o limite de assistência emergencial aos bancos na segunda-feira à noite, após a reunião em Bruxelas, em meio a perspectiva iminente de que sejam impostos controles de capital aos bancos gregos se a situação continuar piorando.
A Grécia caminha para dar calote em um pagamento de 1,6 bilhão de euros que precisa fazer ao FMI em 30 de junho, a menos que os credores retomem os financiamentos.
Tsipras, no entanto, mostrou confiança e calma, mantendo uma reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, paralelamente a uma conferência econômica em São Petesburgo.
"Haverá uma solução baseada no respeito às regras da UE e à democracia, o que permitirá à Grécia retomar o crescimento no euro", disse Tsipras em um comunicado enviado por seu gabinete.