Investing.com - Enquanto os Estados Unidos permaneceram durante quase dez anos sem elevar a taxa básica de juros, que na semana passada passou de 0,25% para 0,5%, o Brasil poderá contar já no próximo ano com a Selic mais próxima dos 15%, segundo previsão do mercado financeiro. Os investidores do país continuam a surfar uma das mais vantajosas taxas de títulos públicos no mundo.
No continente americano, apenas a Venezuela conta com taxa básica de juros maior que a brasileira: 18,24%. O país, contudo, sofre com uma economia desorganizada e inflação descontrolada. Nossos demais vizinhos do Mercosul contam com patamares elevados, porém, mais civilizados: Argentina (9%), Uruguai (9,25%), Paraguai (5,75%).
Os sul-americanos da Aliança do Pacífico, por outro lado, sustentam taxas mais baixas: Chile (3,25%), Colômbia (5,5%), México (3%) e Peru (3,75%).
Os países do BRICS também não possuem juros páreos aos brasileiros. Mesmo com uma maxidesvalorização do rublo, sanções internacionais e envolvida diretamente em duas guerras, a Rússia possui taxa de 11%. A trajetória, no entanto, difere da brasileira e, assim como os demais países do BRICS, é de baixa. O país cortou 0,5 p.p. em julho. A Índia também cortou em 0,5 p.p. em setembro para 6,75%. A África do Sul conta com 6,25%, após reduzir em novembro em 0,25 p.p., mesmo corte da China em outubro, que possui juros de 4,35%.
Em levantamento realizado pelo Investing.com Brasil em 170 bancos centrais, o Brasil só possui taxas nominais inferiores a Afeganistão (15%), Belarus (25%), Cazaquistão (16%), Congo (29,5%), Gana (26%), Gâmbia (22%), Malauí (27%), Moldávia (19,5%), São Tomé e Príncipe (15%), Ucrânia (22%), Uganda (16%) e Zâmbia (15,5%), além da já citada Venezuela (18,24%).
Tesouro Direto
Na tarde desta segunda-feira (21/12), os títulos públicos atrelados à inflação rendiam de IPCA+7,31%, no papel mais longo com vencimento em 2050, com juros semestrais. Com essas taxas, o investidor que aplicar hoje triplica seu capital até o vencimento, já descontados imposto e inflação, de acordo com o site do Tesouro Direto.
O papel de maior rentabilidade ligado ao IPCA é o Tesouro IPCA+ 2035 que entrega 7,48% somado ao IPCA. O investidor que optar por esse papel multiplica por 3,45x seu capital líquido até 2035, descontados imposto e a inflação, se carregar o papel até o vencimento.
Os papéis pré-fixados pagam entre 16,36% (vencimento em 2025) e 16,67% (vencimento em 2018). O Tesouro Selic paga 14,25% e acompanha a movimentação da taxa de juros.