Por David Shepardson e Allison Lampert
WASHINGTON/MONTREAL (Reuters) - O presidente-executivo da Boeing (NYSE:BA), Dave Calhoun, testemunhará perante um painel do Senado dos Estados Unidos em 18 de junho, depois que uma série de incidentes com a companhia levantaram preocupações sobre segurança e qualidade, e após reguladores proibirem a fabricante de aviões de expandir a produção do seu modelo mais vendido, o 737 MAX.
O senador Richard Blumenthal, que preside o Subcomitê Permanente de Investigações, disse que Calhoun testemunhará sobre uma série de questões. A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) proibiu em fevereiro a Boeing de aumentar a produção do 737 MAX depois que um pedaço da fuselagem de um 737 MAX 9 operado pela Alaska Airlines (NYSE:ALK) se soltou em pleno voo em 5 de janeiro.
Blumenthal disse que, após dois acidentes fatais em 2018 e 2019 que mataram 346 pessoas, "a Boeing prometeu reformular suas práticas e cultura de segurança. Essa promessa se mostrou vazia, e o povo norte-americano merece uma explicação".
Durante uma audiência em abril perante o comitê de Blumenthal, um engenheiro da Boeing testemunhou que a empresa tomou atalhos perigosos na fabricação de certos aviões e o afastou quando ele levantou preocupações de segurança, alegações que a empresa contesta.
Blumenthal acrescentou que o testemunho de Calhoun "é um passo necessário para abordar de forma significativa as falhas da Boeing, recuperar a confiança do público e restaurar o papel central da empresa na economia norte-americana e na defesa nacional."
A Boeing já realizou mudanças em sua gestão e enfrenta investigações governamentais. Calhoun tem dito que deixará o cargo até o final do ano. A empresa disse que acolheu com satisfação a oportunidade do CEO discutir suas ações "para fortalecer a segurança e a qualidade e garantir que a aviação comercial continue sendo o meio de transporte mais seguro".
(Reportagem de David Shepardson e Allison Lampert)