Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - O número de refugiados que chegam às ilhas gregas saltou de cerca de 4.500 para 7.000 por dia no final de setembro, provavelmente por causa dos temores de que o clima irá piorar em breve, disse a Organização Internacional para as Migrações (OIM) nesta sexta-feira.
O aumento acentuado em questão de dias se deu enquanto os países da Europa lutam para acertar uma estratégia comum para controlar o fluxo de pessoas e proteger as milhares que se arriscam em viagens marítimas.
Também nesta sexta-feira, António Guterres, chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), exortou a União Europeia a criar um sistema aceitável logo, e alertou que o clima imprevisível pode levar a mais mortes.
"Esta é uma situação caótica que é terrível para os países, cria tensão entre os países e ao mesmo tempo é horrível para as pessoas", afirmou Guterres em uma coletiva de imprensa às vésperas de uma visita à Grécia que inclui encontros com o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, na próxima segunda-feira.
"De repente, com o tipo de clima que você tem nos Bálcãs, isso pode se tornar uma tragédia a qualquer momento. E não há resposta fácil para isso, a menos que você tenha um mecanismo para controlar as coisas do ponto de partida", disse.
Quase 3 mil pessoas já morreram, segundo estimativas do Acnur. As autoridades de uma das ilhas gregas disseram estar ficando sem espaço para enterrá-las.
Muitos dos recém-chegados são sírios, afegãos e iraquianos fugindo das guerras e da perseguição.
A OIM declarou que acredita que a taxa elevada de 7 mil chegadas diárias irá durar enquanto o clima permitir.
"O padrão, ao longo dos dois últimos anos, tem sido que quanto piores ficam as águas e quanto mais frio fica o clima, menos dispostas as pessoas ficam para fazer a viagem", disse Joel Millman, porta-voz do OIM, aos jornalistas.