Por Michael Shields e Francois Murphy
VIENA (Reuters) - Faltando ainda a contagem dos votos postais (à distância), é impossível neste domingo saber quem ganhará a eleição presidencial da Áustria, e determinar se de fato o candidato eurocético e anti-imigração se tornará o primeiro chefe de estado de extrema-direita a ser eleito em um país da União Europeia.
A vitória do candidato do Partido da Liberdade Norbert Hofer seria um triunfo histórico para os partidos populistas ressurgentes em toda a Europa que capitalizaram em cima da crise migratória e da insatisfação generalizada com os partidos tradicionais da política.
Seria uma façanha ainda maior pelo fato de a Áustria ser um país próspero e com baixa taxa de desemprego, onde dois partidos de centro têm se revezado no poder há décadas.
"O povo é soberano", disse o principal adversário de Hofer, o ex-líder do Partido Verde Alexander van der Bellen, à emissora local ORF. "O que exatamente o povo quer --se Hofer ou van der Bellen-- nós só saberemos amanhã à tarde."
Uma projeção do instituto de pesquisa SORA, encomendada pela ORF, baseada em 100 por cento do votos presenciais e em uma estimativa dos votos postais, mostra empate técnico de 50 por cento para cada. A margem de erro é de 0,7 ponto percentual.
O resultado parcial do Ministério do Interior, que não incluía os votos por correspondência, mostrou Hofer na frente com 51,9 por cento contra 48,1 por cento de van der Bellen.
Os votos postais só serão contabilizados na segunda-feira e seu número exato não é conhecido. Eles tendem a ser usados pelas pessoas de maior instrução educacional, disse um porta-voz do instituto SORA, um grupo no qual van der Bellen conta com maior apoio que seu adversário.
O ministro do Interior Wolfgang Sobotka disse estimar cerca de 750 mil votos por correspondência, ou o equivalente a 12 por cento dos 6,4 milhões de eleitores da Áustria.