Por Heather Schlitz
CHICAGO (Reuters) - Os contratos futuros do milho e da soja negociados na bolsa de Chicago subiram nesta quinta-feira, com a notícia de regras mais rígidas para uso de créditos fiscais pela indústria e exportadores no Brasil.
A nova regra, instituída por Medida Provisória, deixou os comerciantes e produtores nos Estados Unidos esperançosos de que isso poderia impulsionar os negócios de exportação com grãos norte-americanos, disseram os operadores.
As empresas brasileiras de diversos setores criticaram mudança que impõe novas regras para o uso de créditos fiscais, alegando que a nova medida tornará as empresas menos competitivas nos mercados globais.
"Isso estimulará os negócios em nossa direção", disse Mark Schultz, dos EUA, analista da Northstar Commodity.
A soja em Chicago subiu 22,75 centavos, a fechando a 12,00 dólares por bushel, enquanto o milho avançou 12,75 centavos, a 4,52 dólares por bushel.
"Os exportadores (brasileiros) dizem que isso aumentará o custo dos negócios", disse Tom Fritz, corretor do EFG Group. "Eles estão aceitando ofertas de mesa enquanto reavaliam as margens de lucro."
Em meio à alta nos preços de Chicago, os negócios no Brasil fluíram melhor nesta quinta-feira em relação ao dia anterior.
"Sim, melhorou a referência de preço e Chicago subiu bem, dando suporte", afirmou a analista Alaíde Ziemmer, da consultoria AgRural.
Segundo ela, a maioria dos negócios de soja aconteceu nos portos, ou seja, para exportação.
"É claro que não são todos os players que estão no mercado... mas o mercado brasileiro da soja rodou hoje", acrescentou.
O analista da Safras & Mercado Luiz Fernando Roque, também relatou que o mercado andou "melhor" no Brasil, ainda que algumas tradings e indústrias tenham ficado fora dos negócios para entender o impacto da MP.
TRIGO
O trigo caiu em Chicago, já que os corretores ponderaram as preocupações com os danos causados pela seca e pela geada na safra da região do Mar Negro, diante de uma colheita crescente nos EUA.
O contrato de trigo mais ativo caiu 7,25 centavos, fechando a 6,395 dólares, sua sétima queda diária.
O movimento do governo brasileiro provocou uma onda de cobertura de posições vendidas, enquanto os comerciantes digeriam a notícia. Enquanto isso, os exportadores brasileiros estão mais hesitantes em vender.
(Reportagem de Heather Schlitz, em Chicago; com reportagem adicional de Roberto Samora, em São Paulo)