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Brasília, 31 jul (EFE).- O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou nesta quinta-feira à imprensa que a Argentina não entrou em situação de moratória pois "está pagando suas dívidas", e afirmou que ainda há margem para negociações par impedir que se chegue a esse extremo.
"Não creio que a Argentina esteja num 'default' (moratória) porque ela está pagando as suas dívidas. Então ela depositou a parcela dos credores. Algumas semanas atrás, ela pagou o Clube de Paris. Então, ela não está dando o calote. É uma situação sui generis, uma situação excepcional porque quem está impedindo a Argentina de fazer o pagamento é um juiz americano", declarou Mantega.
Apesar do fracasso das negociações com os fundos especulativos que abriram processos em tribunais americanos, o titular da Fazenda disse que as discussões "podem continuar" e considerou que "há outras soluções, (como) instituição financeira comprar os títulos dos abutres, mas com valor menor".
Segundo Mantega, os próprios fundos especulativos deveriam aceitar algum tipo de saída, pois "estão jogando tudo ou nada" e também para eles "a negociação vale a pena".
O ministro afirmou que, em sua opinião, os mercados financeiros manterão uma atitude de "cautela", por isso não prevê "consequências maiores a curto prazo" para a economia argentina, apesar de admitir que no caso de "se caracterizar a impossibilidade dos pagamentos, poderia ter uma consequência um pouco maior".
No caso do Brasil, que tem na Argentina seu terceiro maior parceiro comercial, depois da China e dos Estados Unidos, Mantega afirmou que a crise de dívida do país vizinho "não tem um impacto direto neste momento".
Na opinião do ministro brasileiro, a consequência mais grave da situação que enfrenta Argentina no plano internacional é que "afetará a questão das futuras reestruturações de dívida feitas no mundo", pois se pode gerar uma crise de confiança nos mercados.
O governo brasileiro respaldou desde o primeiro momento a Argentina no litígio com os fundos especulativos e a presidente Dilma Rousseff se comprometeu a denunciar o caso na próxima Cúpula do G20, que será realizada em novembro na Austrália.