Brasília, 24 jun (EFE).- A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quarta-feira um plano para estimular as exportações do país para reverter o resultado de 2014, quando a balança comercial fechou no vermelho pela primeira vez desde 2001.
A "ofensiva" comercial proposta pelo governo coloca como prioridades os mercados de Estados Unidos, China, União Europeia (UE) e os membros da Aliança do Pacífico (Chile, México, Colômbia e Peru), embora isso não signifique marginalizar os sócios do país no Mercosul, esclareceu a presidente.
Dilma explicou que a intenção é consolidar os mercados em que o Brasil já está presente, como é o caso de dos membros do Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) e outros países da América Latina, mas ampliar os horizontes para fortalecer a presença dos produtos e serviços brasileiros exportáveis.
As estratégias do comércio brasileiro foram "revisadas" em boa medida devido à conclusão do que qualificou de "ciclo de super preços" das matérias-primas, admitiu Dilma.
A queda dos preços internacionais das matérias-primas foi um dos fatores que levou a balança comercial brasileira a fechar 2014 no vermelho pela primeira vez em 14 anos, com um déficit de US$ 3,93 bilhões.
A presidente sustentou que essa diversificação do comércio indica também o reforço de outros planos do governo para recuperar a economia nacional, que deve sofrer este ano contração de 1,1%.
Outro dos objetivos é reforçar a presença do Brasil na lista de grandes exportadores mundiais. O país está em 27º lugar, apesar de ser a sétima economia do planeta.
Segundo dados apresentados durante o evento, o Brasil tem uma participação de apenas 2,2% no comércio mundial, que cai para 0,7% se só forem considerados os bens manufaturados.
Dentro do plano, a promoção dos produtos brasileiros no mundo também incluirá medidas para fortalecer os processos de aquisição de tecnologias que permitam agregar valor às exportações.
Os detalhes do plano foram explicados no mesmo evento pelo ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, apoiado em cinco grandes pilares: acesso a mercados, promoção comercial, facilitação de comércio, financiamento e aperfeiçoamento de mecanismos tributários.
Também se avançará em medidas para reduzir os pesados trâmites burocráticos que os exportadores brasileiros atualmente enfrentam, tanto na hora de enviar seus produtos ao exterior como no momento de ingressar os lucros no país.
De acordo com Monteiro, "o Brasil precisa dar mais prioridade ao comércio exterior, setor que deve fazer parte de uma estratégia permanente para o desenvolvimento"
Ele destacou que o "Brasil tem que se integrar com todas as regiões e especialmente com aquelas que têm mais dinamismo", entre elas a EU, e lembrou das negociações de um acordo bilateral entre ela e o Mercosul.