SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, acredita que a economia brasileira poderá voltar a crescer e o desemprego a cair nos próximos trimestres, mas ressaltou que essa recuperação vai depender da aprovação de medidas no Congresso Nacional.
"Vai depender muito da eficiência de todas essas medidas, do efeito das aprovações do Congresso ... e das expectativas de todas as pessoas de acreditar nessas medidas", disse Meirelles em entrevista exclusiva para o telejornal do SBT nesta quarta-feira.
Meirelles também afirmou que a inflação já está dando "sinais de arrefecimento", e que o controle dos gastos públicos ajudará nesse processo.
"Eu acredito que com a situação fiscal do país tendo um ajuste correto e fazendo com que as despesas públicas comecem a diminuir e a confiança na situação fiscal do país aumente, isto faz com que a inflação possa cair mais rápido", disse na entrevista.
Meirelles disse gostar da ideia de se estabelecer um teto para as despesas públicas. "Isso dá uma sinalização de médio e longo prazo e faz com que todos passem a ter segurança de que as finanças do Estado brasileiro são sustentáveis."
Questionado sobre quando o governo vai enviar as primeiras medidas fiscais para o Congresso, Meirelles disse que é preciso primeiro identificar o tamanho do rombo fiscal.
"Até sexta-feira nós vamos ter o tamanho disso. A partir daí nós vamos começar a propor medidas", declarou Meirelles, que considerou "razoável" a estimativa de que o déficit fiscal possa chegar este ano a 150 bilhões de reais.
Meirelles também disse que se não for criado nenhum tributo novo, o governo terá que fazer cortes mais profundos para equilibrar as contas públicas.
O ministro voltou a defender mudanças da previdência social, com a adoção de regras "razoáveis" que garantam o pagamento dos benefícios no futuro, e reiterou a importância do estabelecimento de uma idade mínima para a aposentadoria.
Questionado se a idade de 65 anos seria apropriada, Meirelles disse que sim e que a maioria dos países está adotando essa regra.