Por Frank Jack Daniel e Nelson Acosta
HAVANA (Reuters) - O Partido Comunista de Cuba se reúne sob pressão neste sábado em razão do ritmo lento em que as prometidas reformas de mercado estão acontecendo, enquanto a legenda melhora cautelosamente suas relações com os Estados Unidos e se prepara para um futuro sem as lideranças octogenárias que comandam o país desde a revolução de 1959.
O encontro será o primeiro congresso do Partido Comunista em cinco anos e também o primeiro desde que o presidente cubano, Raúl Castro, e o seu colega norte-americano, Barack Obama, anunciaram que encerrariam décadas animosidade e retomariam as relações.
O partido tem sido particularmente secretivo sobre a agenda do encontro, mesmo para os padrões cubanos, causando apreensão em membros mais jovens que cresceram acostumados com mais informações e contato com o mundo.
Assim como a falta de discussão, a militância diz estar preocupada com o ritmo lento das reformas de mercado aprovadas no último congresso do partido, em 2011, para evitar o colapso econômico.
"O plano econômico está caminhando, mas precisa ser mais rápido", disse Wilson Batista, que é membro do partido há 20 anos. "As políticas e as economias mundiais mudam diariamente e precisamos nos ajustar. Precisamos entrar no trem da economia mundial".
Cuba melhorou sua credibilidade financeira nos últimos cinco anos, fazendo comércio, aumentando a poupança e reestruturando 50 bilhões de dívidas antigas, mesmo com duras sanções norte-americanas ainda em vigor.
A classe média nasceu, obtendo dinheiro de pequenos negócios, como construção e hospedagem. Mas, naquilo que um blogueiro cubano chamou de "paralisia à beira do penhasco", o partido não deixou de controlar o comércio e grandes negócios.