Por Suleiman Al-Khalidi
AMÃ (Reuters) - O Estado Islâmico não ganhou terreno de forma significativa desde que tomou a cidade iraquiana de Ramadi um ano atrás, que os militantes perderam em dezembro, porque a coalizão liderada pelos Estados Unidos no Iraque e na Síria tem sido auxiliada por uma inteligência melhor e forças locais mais bem equipadas, disse uma autoridade de alto escalão dos EUA no domingo.
O Estado Islâmico "está encolhendo, por isso está bastante na defensiva", afirmou Brett McGurk, enviado especial do presidente norte-americano, Barack Obama, para a luta contra o grupo sunita radical em uma coletiva de imprensa em Amã.
O Estado Islâmico controla as cidades de Mosul no Iraque e Raqqa na Síria e está se mostrando uma ameaça poderosa no exterior, tendo assumido a responsabilidade de grandes ataques, como o de Paris em novembro e o de Bruxelas em março.
McGurk disse que os esforços da coalizão para capturar Mosul e Raqqa estão tendo progresso.
"Estamos realizando ataques cirúrgicos em Mosul quase todos os dias", acrescentou. "Existe uma pressão sincronizada e constante".
O enviado especial citou uma operação recente na qual a coalizão localizou e atacou depósitos de dinheiro do Estado Islâmico em Mosul e "levou centenas de milhões de dólares de seus cofres".
Isso levou a uma escassez de fundos que obrigou os militantes a cortar os salários de seus combatentes pela metade. McGurk não informou quando a operação ocorreu.
O nervosismo do grupo extremista ficou claro com as execuções públicas recentes na principal praça da cidade e com a interrupção generalizada dos serviços de Internet em Mosul, segundo McGurk.
Em Raqqa, ele disse que inteligência valiosa coletada de um grande arquivo de dados e informações obtidas pelas forças especiais dos EUA em uma operação no leste da Síria no ano passado permitiu à coalizão visar os militantes com mais precisão.
"Nas próximas semanas e nos próximos meses começaremos uma campanha de pressão em Raqqa em todos os seus aspectos", disse McGurk.
A decisão tomada por Obama no mês passado de aumentar o número de forças especiais no norte da Síria, a maior expansão de tropas terrestres dos EUA desde o início da guerra civil, irá ajudar a acelerar os avanços recentes das forças locais com apoio norte-americano, afirmou McGurk.
Ele mencionou a perda dos militantes da cidade estratégica de Shadadi, no nordeste da Síria, em fevereiro para as Forças Democráticas da Síria, que têm apoio de Washington e são formadas por combatentes curdos e árabes.