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Por Jennifer Rigby
LONDRES (Reuters) - A erradicação da poliomielite ainda é possível, apesar dos cortes significativos no financiamento da iniciativa, disseram as autoridades globais de saúde nesta terça-feira, ao delinearem como lidarão com o déficit.
O orçamento da Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (IGEP), uma parceria que inclui a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Fundação Gates, sofrerá um corte de 30% em 2026 e terá uma lacuna de financiamento de US$1,7 bilhão até 2029, segundo a organização.
O déficit é, em grande parte, causado por um recuo da ajuda externa liderada pelos Estados Unidos e outros governos de países ricos doadores.
Em resposta, os parceiros da IGEP dizem que planejam se concentrar mais na vigilância e na vacinação em áreas onde há alto risco de transmissão da pólio.
A entidade também colaborará mais com outros programas globais de saúde, como as campanhas contra o sarampo, e usará estratégias como a dosagem fracionada, em que apenas um quinto da dose da vacina é usada para aumentar os suprimentos e reduzir os custos, já que estudos demonstraram que isso ainda protege as crianças contra a infecção.
A parceria reduzirá seu trabalho em áreas de baixo risco, a menos que haja surtos, além de se concentrar em eficiências.
"As reduções significativas no financiamento... significam que certas atividades simplesmente não acontecerão", disse Jamal Ahmed, diretor de erradicação da pólio da OMS, em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira.
A erradicação da doença viral que causa paralisia tem sido um objetivo de saúde global há décadas. Apesar do progresso significativo devido à vacinação em massa desde 1988, acabar com a doença tem se mostrado um desafio: o primeiro prazo perdido para isso foi em 2000.
Alguns especialistas em doenças infecciosas questionaram se é possível erradicar a doença, que geralmente não causa sintomas, o que dificulta o rastreamento da disseminação. Os defensores dizem que seria imprudente parar quando o mundo está tão perto, apesar de desafios como conflitos e hesitação em relação à vacina.
"A erradicação continua sendo viável e é possível", disse Ahmed. "Precisamos que todos continuem comprometidos e garantam que nenhuma criança seja deixada para trás."