WASHINGTON (Reuters) - O banco central dos Estados Unidos deveria adiar a elevação dos juros até o primeiro semestre de 2016, até que haja sinais de uma melhoria nos salários e inflação, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quinta-feira, em avaliação anual da economia.
"Com base em previsões macroeconômicas, e salvo surpresas para cima no crescimento e na inflação, isso deixaria o momento da subida para o primeiro semestre de 2016", disse o Fundo.
O FMI prevê que o índice preferido do Federal Reserve para a inflação, um dado sobre os gastos de consumo pessoal (PCE), atingiria a meta do banco central de 2 por cento somente em meados de 2017.
"Um aumento mais tardio poderia implicar um ritmo de elevação das taxa, depois do aumento, e criar uma ultrapassagem modesta de inflação acima da meta de médio prazo do Fed (talvez até para 2,5 por cento)", disse o Fundo.
"No entanto, adiar aumentos da taxa iria propiciar uma proteção valiosa contra o risco de desinflação, inversão da política, e acabar resultando na volta à política de taxa zero".
O período prolongado de taxas de juro zero levou a uma caçada por rendimento em ativos norte-americanos, embora o FMI diga que isso no momento criou "bolsões de vulnerabilidades", em vez de "excessos de base ampla".
O FMI estima expansão do Produto Interno Bruto dos EUA de 2,5 por cento em 2015 e de 3 por cento em 2016, enquanto a projeção para a taxa de desemprego é de 5,3 e 5,2 por cento, respectivamente.
(Reportagem de David Chance)