TÓQUIO (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta segunda-feira que a busca do governo japonês para revitalizar a economia enfrenta um trabalho árduo na falta de reformas estruturais audaciosas e encorajou Tóquio a priorizar políticas de renda e reformas no mercado de trabalho.
O credor global pediu uma estrutura mais flexível de política monetária, com o banco central japonês abandonando a data específica para atingir a meta de 2 por cento de inflação.
"Sob as políticas atuais, o objetivo de alto crescimento nominal, a meta da inflação e o objetivo do superávit primário continuam fora de alcance no cronograma definido pelas autoridades", divulgou o FMI em um comunicado depois de consultas anuais de política econômica com o Japão.
A avaliação do FMI ocorre num momento em que a eficácia das políticas de estímulo à inflação do primeiro-ministro Shinzo Abe enfrenta renovadas dúvidas, à medida que a inflação estagnou e o crescimento permaneceu anêmico.
"A 'Abenomics' tem feito progresso em revitalizar a economia japonesa", disse o vice-diretor-executivo do FMI, David Lipton, em uma entrevista coletiva em Tóquio. "As consultas deste ano, entretanto, destacaram os contínuos desafios que as medidas de estímulo à inflação enfrentam para atingir seus objetivos, como maior crescimento, inflação mais alta e sustentabilidade fiscal."
Ele acrescentou que o Japão precisaria aumentar o imposto sobre vendas --atualmente em 8 por cento-- para pelo menos 15 por cento para atingir o equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade fiscal.
(Por Tetsushi Kajimoto e Stanley White)