PARIS (Reuters) - A França dará às empresas do país o direito de negociar semanas de trabalho mais longas e o pagamento de horas extras, disse nesta segunda-feira o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, mudanças nas 35 horas semanais de trabalho que enfrentam resistência de sindicatos e de parlamentares socialistas cada vez mais críticos.
Protegida com unhas e dentes pela força de trabalho e por uma emblemática reforma do governo socialista durante o boom econômico do final dos anos 1990, a semana de trabalho relativamente curta tinha como objetivo incentivar a geração de empregos.
Em vez disso, muitos empregadores afirmam que a medida inchou os encargos trabalhistas e prejudicou sua capacidade de competir globalmente, visão ecoada por políticos de direita, investidores estrangeiros e muitos economistas.
"Isenções da duração legal do tempo de trabalho de 35 horas não são mais uma violação da lei", disse Valls depois de receber um relatório com propostas de reformas do ex-ministro da Justiça Robert Badinter.
O governo socialista do presidente francês, François Hollande, deve delinear um rascunho de reforma em março, o que provavelmente será uma de suas últimas grandes movimentações políticas no mandato.
(Reportagem de Elizabeth Pineau)