San Juan, 6 jul (EFE).- O governador Alejandro García Padilla afirmou nesta segunda-feira que Porto Rico pode chegar à situação na qual se encontra a Grécia se não impulsionar mudanças profundas em sua estrutura econômica e financeira.
"(O que está havendo na Grécia) é o que pode nos acontecer se não alcançarmos mudanças profundas, se não nos unirmos para fazer o que temos que fazer para não chegar aonde chegou a Grécia", declarou García Padilla à imprensa em referência à situação da ilha, um Estado Livre Associado dos Estados Unidos afetado por uma asfixia financeira e uma dívida que supera os US$ 70 bilhões.
Imersa em uma grave crise financeira, a Grécia organizou no domingo um referendo no qual 60% dos gregos mostraram sua oposição às condições impostas pelos credores para negociar a dívida.
"Para que Porto Rico não chegue ao nível ao qual chegou a Grécia, que teve dois bailouts (resgates financeiros) de US$ 266 bilhões e mesmo assim está imerso no problema, tem que tomar medidas agora", alertou García Padilla.
No entanto, o governador insistiu em evitar as comparações com a Grécia e disse que "só se não fizer o que tem que ser feito, então a situação seria comparável" com a do país europeu.
Nesse sentido, García Padilla acrescentou que "há alternativas" como as tomadas por países como Espanha e Portugal, que "saíram de um problema similar bem rápido", assim como de cidades como Detroit (EUA), que "também fizeram o que tinham que fazer".
Previamente, o secretário de governo, Víctor Suárez, disse que o governo porto-riquenho "respeita os processos democráticos da Grécia", mas deixou claro que a ilha não vai incorrer em falta de pagamentos, mas tentará renegociar a dívida.
"Nós pretendemos que haja um processo ordenado e voluntário que estamos realizando com os credores", detalhou Suárez.
No final de junho, García Padilla disse que a dívida da ilha era "impagável" e que era hora de tirar este Estado Livre Associado aos EUA da "espiral mortal" na qual estão envolvidas suas finanças públicas.
Porto Rico é território americano desde 1898 e se define como Estado Livre Associado a esse país, com Constituição própria e com um grande grau de autonomia, embora os EUA cuidem de âmbitos como defesa, moeda, imigração e alfândegas, entre outros.