Buenos Aires, 12 ago (EFE).- O Ministério de Economia da Argentina minimizou a sanção recebida pelo juiz americano, Thomas Griesa, em uma audiência realizada nesta quarta-feira em Nova York com os fundos especulativos com os quais mantém um litígio por dívida em moratória.
O juiz nova-iorquino recebeu hoje as duas partes em seu juizado e sancionou a Argentina por não ter fornecido informação sobre seus ativos nos Estados Unidos, que estão na mira dos fundos para cobrar sua dívida.
No entanto, a pasta de Economia argentina, liderada por Axel Kicillof, afirmou hoje em comunicado que a audiência "concluiu com um novo fracasso dos 'fundos abutre', que conseguiram apenas uma declaração do juiz, sem nenhum tipo de consequência prática".
Os fundos especulativos, credores que não aceitaram a reestruturação de dívida em 2005 e 2010, reivindicam da Argentina US$ 1,3 bilhão, mais juros, por bônus em moratória desde a quebra do país em 2001.
Griesa aceitou hoje parcialmente uma solicitação dos credores e decretou que todos os ativos argentinos em território americano, com exceção daqueles de caráter diplomático ou militar, serão considerados de uso comercial.
Além disso, Griesa solicitou à Argentina a produção de informação sobre seus ativos nos Estados Unidos em um prazo de 10 dias.
"Este pedido é também incongruente, pois em todos estes anos os 'fundos abutres' tentaram embargar, sem sucesso, os bens da Argentina", acrescentou o comunicado do Ministério.
O comunicado da pasta ressaltou ainda o fato de Griesa não ter concedido "o pedido dos litigantes para que se declare que o Banco Central, a ENARSA e a YPF sejam o 'alter ego'" da Argentina.
Portanto, estes ativos não podem "ser tomados como uma extensão do Estado" e os litigantes "não poderão embargar seus bens nos Estados Unidos".
Por causa deste litígio, o perfil creditício da Argentina é de "moratória seletiva", imposto pelas agências de classificação de risco no início de agosto de 2014.
Além disso, uma decisão de Griesa mantém congelados os pagamentos do país aos credores que aceitaram as reestruturações da dívida argentina.